SEM ME DAR CONTA
SEM ME DAR CONTA
Tomara minha alma cegue
Pra não ver meu corpo ruir
Não quero que ela carregue
O meu desânimo em prosseguir.
Ouço o levantar do vento
A clarear o dia cinzento
Também a minha agonia
Se faz presente neste dia.
Trago frio o corpo e a alma
Tudo em mim é contraditório
Tudo é calmo e eu sem calma
Vejo que passa o tempo inglório.
Falo de mim do meu EU
E de toda a minha saudade
A Poesia é meu Céu
Minha existência e eternidade.
Ouço a chuva que cai.
Lembra-me poemas antigos
A saudade que em mim vai
O folhear de livros amigos.
E vem esta voz falar-me
Ameaçando minha solidão
Tédio de que não consigo libertar-me
Nem deste vento sem direcção.
Já não me importa os temporais
Quer seja desta ou d'outra vida
Quero partir deste cais
Sigo a sombra da despedida.
natalia nuno
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Comentarios
Pra não ver meu corpo ruir
Escrever,
aqui pelo sentido das tuas palavras,
faz-me acreditar que facto a poesia é uma espécie de almofada tão fofa tão fofa,
que sonhar é estar acordado na voz que nos vem falar!!!
A vida é isso, folhear o tempo!!!