Strange XV - A morte que não foi

Bebi todo o oceao e todo ele não enchia um copo
transparente ou um mundo de glícinias e razões,
o sal que muitas vezes se abria nos cabelos doces
aqueciase junto da pele e da neve, esperando à luz
de candeeiros as ondas chorando a imagem do rosto
em que cresci da terra até ao topo das emoções.
.
Mesmo não enchendo um copo pesavame toda essa água
como se tivesse sido amaldiçoada por todas as espécies
que sobreviviam dentro de mim;
lentamente afastandome da presença, junto do copo vazio.
.
E olho mais atentamente e o mar ainda rebenta na areia
agora. Foi a água em que me ia afogando
que me pareceu todo o vasto oceano.
.
O copo era eu dentro da água transparente,
as glicínias a as razões, as lágrimas e as certezas;
afundava me nas águas e por isso o sal abria me.
a pele arrefecia porque aneve tapara a luz das estrelas...
.
O rosto coberto de acndeeiros chorava nas ondas da terra
porque descia ao abismo de todos os silêncios
em que a água silenciosa era um animal vivo e feroz
para o qual não me tinha preparado eficazmente.
.
Hoje guardo as memórias da minha morte
que não chegou a sêla , porque: o copo, eu próprio
dentro dele, o topo, a imagem, as ondas, os candeeiros,
e tudo o mais que se ia afundando
derame alguns segundos para aprender a nadar
pensando que a água que engolira
e que não enchia o copo
era de facto todo o oceano.

Quando não  era.

 

rainbowsky

2002

Submited by

Jueves, Enero 13, 2011 - 17:57

Poesia :

Sin votos aún

rainbowsky

Imagen de rainbowsky
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 5 años 35 semanas
Integró: 02/20/2010
Posts:
Points: 1944

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of rainbowsky

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/Amistad (Dedicado) A gota tem duas pontes 4 1.107 04/13/2010 - 11:32 Portuguese
Poesia/Desilusión Quelíceras da alma 6 925 04/12/2010 - 15:40 Portuguese
Poesia/Tristeza Réplicas da vida 4 541 04/12/2010 - 15:13 Portuguese
Poesia/Tristeza Natátil riso das estrelas 3 802 04/12/2010 - 00:21 Portuguese
Poesia/Dedicada Traços breves de infinita ternura 1 643 04/11/2010 - 16:25 Portuguese
Poesia/Tristeza Hoje ensaio-te penumbra 3 1.095 04/11/2010 - 16:09 Portuguese
Poesia/Intervención Fénix do coração 2 611 04/11/2010 - 15:47 Portuguese
Poesia/Amor Saltimbanco de palavras ocas 2 952 04/11/2010 - 10:13 Portuguese
Poesia/Dedicada Fotografia de um silêncio... 5 412 04/09/2010 - 16:54 Portuguese
Poesia/General Maviosidade transcendente 2 651 04/09/2010 - 16:49 Portuguese
Poesia/Pensamientos Gracílima imagem desfocada 3 1.249 04/07/2010 - 19:45 Portuguese
Poesia/Desilusión A tesoura corta o SIM... 3 1.330 04/06/2010 - 16:34 Portuguese
Poesia/Tristeza Unânime genocídio em tons 4 783 04/05/2010 - 17:40 Portuguese
Poesia/Tristeza Revolto no revólver 4 377 04/02/2010 - 10:39 Portuguese
Poesia/Desilusión Cegueira 5 458 04/01/2010 - 17:58 Portuguese
Poesia/Amor Resgate frágil para a minha alma perdida 5 502 04/01/2010 - 17:26 Portuguese
Poesia/Desilusión Alma espremida 6 911 03/30/2010 - 17:34 Portuguese
Poesia/Intervención Providencio uma multidão em ti 3 1.001 03/30/2010 - 16:26 Portuguese
Poesia/Tristeza Distas de mim estranhos sentimentos 4 780 03/29/2010 - 21:21 Portuguese
Poesia/Pasión És cal que ferve em mim 5 778 03/29/2010 - 20:16 Portuguese
Poesia/Dedicada Fogueira da reputação 6 865 03/29/2010 - 00:07 Portuguese
Poesia/Meditación Branco cesto onde te guardo 4 473 03/28/2010 - 16:34 Portuguese
Poesia/Desilusión As estações de uma ilusão breve 4 608 03/27/2010 - 16:31 Portuguese
Poesia/Pensamientos Patético VII 3 839 03/26/2010 - 17:04 Portuguese
Poesia/Desilusión Rosto de fantasma impune 2 574 03/26/2010 - 16:19 Portuguese