Ainda assim, já assim

O meu corpo
é a vaidade dos teus segredos.
Eu sei e gosto do teu perfume
a transcender-me a roupa.
És o despertar dos meus desejos pela noite,
que apenas se cala quando somos nós os dois.
E não se acalma,
vem consumar o que a mente já pensava,
enquanto a pele aquecia impaciente.
E a perfeição existe,
porque a sensatez desiste e cede
lugar à exaltação dos sentidos.
Imprudentes, apressados,
sorrisos rasgados
num olhar que me diz quem sou.
E o encanto continua
até o dia nascer.
O teu calor acaba com as horas
a quererem reencontrar-te
apenas mais uma vez,
e a proeza de sentir tanto
sem nada sentir repete-se.
Tenho a certeza satisfeita
de me teres mais do que se me tivesses
completamente.
Tenho a verdade sincera
de não te querer mais
do que apenas assim.
Tens-me na silhueta
da juventude perfeita,
sem que os demónios de nós
afastem o que nos atrai.