Como escrever-te

Como escrever o teu nome
na água dos meus poemas
sem levar à boca
algum ramo do teu sabor.
Como escrever de ti
no pó dos corações
se pelos teus olhos
andam os meus enamorados.

A noite,
ainda menina no meu colo
é um fio de versos
que as horas levam e trazem
sem que o breu me detenha,
nem o silêncio incomode
os momentos sós em que te penso
sentado num chão de muitas emoções.
Não há rio que quebre o mar
nem ondas que neguem às praias
as suas marés de pedra e ecos.

E na poeira dos dias que me sobram
tenho pressa em viver os mimos teus
e sentir sobre o corpo deitado
a mulher que em ti pesa,
como um vendaval de amores
que se soltam dóceis
num sangue a nós doado manso
e vontades de não mais acordar.

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Domingo, Noviembre 1, 2009 - 11:07

Poesia :

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JoseAntunes

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Comentarios

Imagen de MarneDulinski

Re: Como escrever-te

JoseAntunes!

Como escrever-te

E na poeira dos dias que me sobram
tenho pressa em viver os mimos teus
e sentir sobre o corpo deitado
a mulher que em ti pesa,
como um vendaval de amores
que se soltam dóceis
num sangue a nós doado manso
e vontades de não mais acordar.
LINDÍSSIMO, GOSTEI IMENSO!
Meus parabéns,
MarneDulinski

Imagen de Anonymous

Re: Como escrever-te

"Não há rio que quebre o mar
nem ondas que neguem às praias
as suas marés de pedra e ecos."

Também eu destaco esta bela metáfora e felicito-o
por mais um belo poema.
Abraço
Vóny Ferreira

Imagen de Manuelaabreu

Re: Como escrever-te

Linda reflexão perdida num mar de sonhos:

"E na poeira dos dias que me sobram
tenho pressa em viver os mimos teus
e sentir sobre o corpo deitado
a mulher que em ti pesa,
como um vendaval de amores
que se soltam dóceis
num sangue a nós doado manso
e vontades de não mais acordar."
:-)

Imagen de MartaBaptista

Re: Como escrever-te

Bravo.
Gostei muito desta metáfora " Não há rio que quebre o mar
nem ondas que neguem às praias
as suas marés de pedra e ecos."

:-) ,
Marta

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