Há um ano foi assim...

Há um ano foi assim... 17 de Fevereiro de 2010
Prometi que falava um pouco mais sobre a simbologia da postagem ( uma foto com alguns jovens que publiquei no meu blogue).
Poderá ter sido inconsequente tal acto, despojado de preconceitos mas ousado pela exposição de espaços temporais vivenciados, abrangendo quase todos os lados da minha vida, sobretudo a profissional. Contudo, ao querer mostrar essa imagem, é o lado emocional que está por detrás de tudo, é a alma, a essência, o sentido que, intrinsecamente, está inscrito no meu ADN.
Frequentemente, sinto que, em dado momento, é o momento! Pressinto despedidas de ciclos da minha vida. Intuição, mas também análise de factos. Quando ouvi o nosso António Damásio falar de inteligência emocional, deu-me um baque; sempre senti que tinha de ser assim. Desde os primórdios do exercício da docência que me insurgia quando o pai ou mãe de um(a) aluno(a) dizia algo do género “O(a) irmão/irmã é mais inteligente que ele(a).” Até saltava da cadeira se estivesse sentada. Nunca acreditei no determinismo puro, assim como rejeito a desvalorização (quase) constante de que são alvo muitas crianças e jovens. Hoje, após ter passado por várias funções, digo-o com toda a propriedade. Voltemos à postagem…
Há um ano, 17 de Fevereiro, dia do meu aniversário, quis marcá-lo, de um modo especial. Ainda bem que o fiz! Não voltamos a ter as mesmas vivências, podem ser idênticas na forma, nunca no conteúdo, na substância… Assim, no próprio dia de aniversário, escolhi, para estar comigo, uma criança/jovem que representasse o expoente da minha vida profissional e afectiva, marcando funções que exerci e que ainda exerço: um bom aluno -um ser completo – da última “fornada” que tive; jovens que acompanhei como professora tutora, marcantes, cada um pela sua idiossincrasia e amigas, jovens que, possuidoras de uma dádiva imensa, foram minhas coadjuvantes no caminho vacilante em que a sua amiga se emaranhava…
Já uma vez disse que não é a soma de experiências que nos molda mas pedaços de experiências que se entranham e nos enriquecem, dependendo também do capital humano com que lidamos ou nos sabemos rodear…
Fui importante nas suas vidas? Sem dúvida! Mas o retorno do que aprendi, o “valor acrescentado” que ganhei (e continuo a ganhar) é infinitamente maior!
Apesar do cansaço, apesar de corridas contra-relógios, apesar de conversas intermináveis, providas do sentido que era necessário conferir no momento, apesar de dores disfarçadas de sorrisos, voltaria a fazer o mesmo, com o mesmo empenho de então…
A tarde foi marcante: houve fotos e mesmo um discurso, improvisado, que uma das meninas gravou no TM. Guardei-o, mas são os momentos e as imagens desse dia que dançam no meu olhar, frequentemente, e que hoje, escrevendo, fazem um bailado de ritmos diversos, porque diferentes eram as pessoas…

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Martes, Marzo 1, 2011 - 14:25

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Odete Ferreira

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