Minha rua

Minha rua negra já foi de terra, pedras e diversões
Na época em que os carneiros eram coloridos
e podíamos montá-los e guardar essa lembrança
para o resto de nossas vidas

O Gigante é uma lembrança alegre
A casa da Flora nunca teve árvores
O homem da tapioca não tinha relógio
e sabia a hora certa. Acho que nos tapeava
As gêmeas, nunca achei elas parecidas, mas
agora estão ficando (que estranho...)

Alguns vizinhos detestavam os inofensivos
restos de couro que insistíamos em chutar
entre os chinelos que ficavam nas laterais da rua

Acho que éramos uma gangue de crianças
criminosas que com alegria pura e ilícita
perturbavam a moral adulta

O céu da minha rua sempre foi de nuvens e pipas
Poucos fios e postes ainda
Nas noites ele era mais celeste
Tinha mais e maiores pontos brancos
Salpicados, densos, formavam manchas

Hoje minha rua é silêncio...
Que ás vezes é quebrado por algum vendedor
Alguém pedindo um punhado
Leitores autárquicos...

Às vezes passa uma criança correndo
Dá um grito e some veloz rindo...
Mas não sei se é menino do vizinho
Se é de outra rua
Ou se é uma impressão saudosa
Que ainda insiste em brincar
E pregar peças nesse adulto clandestino
Que me tornei

 

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Lunes, Marzo 7, 2011 - 20:21

Poesia :

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André Alves Braga

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