No teu olhar

Olhei-te nos olhos
E o silêncio ensurdeceu-me...
Tínhamos prometido um ao outro reviver estes momentos,
Banhar a ouro estas lembranças,
Memórias de infâncias e ânsias como vulcões,
Tínhamos prometido não perder estas emoções, velhas paixões…
Sem pestanejar matámos a saudade,
Voltámos ao passado e à aldeia que agora é cidade,
Ficámos imóveis no olhar…
Trancámos o nosso peito,
Selámos o nosso amor a sete chaves,
Voámos livres como aves,
Tudo perfeito sem nenhum defeito…
Olhámos o horizonte,
Onde o sol se escondia no monte,
E tocámos os nossos lábios num beijo de eternidade,
Sem pressa da maturidade, sem pressa da saudade…
Fizemos juras, em tronco cravadas,
Pelo tempo apagadas,
Levadas por erosão,
Mas presentes no toque que sinto
Das impressões digitais dos dedos da tua mão…
Olhei-te nos olhos e sabia que eras tu...