Conclaves da memória

Com as tuas mãos ancestrais
Vais dando nó
Nas memórias
Conclave de pontas deixadas
Fragmentos
Lembranças
Histórias.
Tapete tecido por dentro
Consolidado em ausência
Urdido da matéria do murmúrio
Do que não se diz do tempo.
E nenhum mistério perturbas
E nenhuma vela em ti se ergueu
E em nenhum porto ancoraste
Eras o cais.
E um barco a cada largo
É como linha caída
Fio suspenso
Sem chegada
Sem saída.
Percurso sem devir
Sem mapa
Sem esquecimento,
Juntas as pontas deixadas
Sem mácula
Sem juramento.
Mas longe passam as tormentas
Das tuas agulhas serenas
Que nenhum mistério perturbas
Que nenhuma vela em ti se ergueu
Que em nenhum porto ancoraste
Eras o cais.
Origem de todas as partidas
Termo de todos os regressos
Com as tuas mãos ancestrais
Desmanchas
Os mares ao poente.
 

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Martes, Marzo 29, 2011 - 10:57

Ministério da Poesia :

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hnogueira

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Fez-me lembrar um quadro do

Fez-me lembrar um quadro do Magritte "A Memória"... é a dor de recordar que nos assalta, como nessa pintura, ainda que de outra forma.

Até amanhã.

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Magritte sempre :)

Magritte sempre :)

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