O amante

Finda o dia e já 'scurece...
Horas vespertinas em que divago
no meu leito inda sem flores.
Estou lúcido e tu me apareces.
Espera! que a dor não trago
e ainda há dia em minha vida.
Minha mente está caduca
e vazio é o saco escrotal das minhas palavras.
Quisera ejaculá-las todas, aos borbotões,
em tua página vermelha e negra...
Ah! Se não fosses infecunda!
Transformar-te-ias com a maternidade.
Reagirei, ó Dona Morte, Viúva Triste, Mulher Fatal!
E incutirei em tuas veias os versos deste poema,
marcapasso do meu coração.
Desposaste Mallarmé, Camões, Bilac...
Não te contentas?
A mim, hás de ler-me vivo!
Ninguém é totalmente insensível à Poesia.
Assim, absorta em ouvir-me, enamorada,
amar-te-ei ao ocaso e, antes que anoiteça,
tendo-te aos meus pés, exausta e subjugada,
de posse do teu segredo e em prol da Vida,
matar-te-ei, ó Dona Morte!

Submited by

Miércoles, Mayo 25, 2011 - 17:49

Ministério da Poesia :

Sin votos aún

Remisson

Imagen de Remisson
Desconectado
Título: Membro
Last seen: Hace 13 años 44 semanas
Integró: 08/21/2008
Posts:
Points: 417

Add comment

Inicie sesión para enviar comentarios

other contents of Remisson

Tema Título Respuestas Lecturas Último envíoordenar por icono Idioma
Poesia/General Transição 2 640 02/27/2010 - 19:29 Portuguese
Poesia/Soneto Fantasia 1 913 08/24/2008 - 10:52 Portuguese