Transe

Há uma estafa fastidiosa a inebriar-me os sentidos, maquiando qualquer vestígio de
repentino júbilo, modorrenta preguiça mental que subtrai de mim toda esperança de
manter-me ereto, inexplicável lentidão dos movimentos que minimiza e estatifica...
Fuga momentânea das palavras, subdivididas em sílabas desconexas, ininteligíveis;
ansiosa necessidade de recostar-me ao primeiro apoio com o qual me deparo; uma palidez
mórbida a recobrir-me a face, tal qual um chinês embebido em éter...
Um querer e não poder abrir os olhos - uma nesga que seja - e vislumbrar, ainda que
momentaneamente, um átimo da luz que me circunda; uma dor tão profunda! tão
profunda! que não se sente, mas, ainda assim, enraizada no subconsciente...
Um suspiro (antes um expiro) que não parece deixar outro atrás de si. Em suma, um
cansaço de existir...

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Lunes, Mayo 30, 2011 - 14:55

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