A propósito disto: A Fé (Vladimir Maiakóvski)

A Fé

Distendei vossa espera o quanto quiserdes - tão clara
duma clareza tão alucinante é minha visão que, dir-se-ia,
bastava o tempo de liquidar esta rima,
para, garimpando ao longo do verso,

entrar numa vida maravilhosa. Eu não preciso indagar o que e como.
Vejo-o,nítido, até os último detalhes, no ar, camada sobre camada,
como pedra sobre pedra.
Vejo erguer-se,

fulgurando no pináculo dos séculos, isento de podridões
ou poeiras, o laboratório das ressurreições humanas.
Eis o calmo químico,
a vasta fronte franzida

em meio à experiência . Num livro, “Toda a Terra”,
procura ele um nome.
“O Século Vinte...vejamos,
a quem ressuscitar?
A Maiakóvski talvez...

Não, busquemos matéria mais interessante!
Não era bastante belo esse poeta”.
Será então minha vez de gritar

daqui mesmo, desta página de hoje: “Pára, não folheies mais!
É a mim que deves ressuscitar!”

Vladimir Maikóvski, poema traduzido por Augusto de Campos.

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Domingo, Julio 3, 2011 - 14:46

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