manoeldealmeida
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Acerca de mí
Manoel Amador de Almeida, filho de Oliveira Amador
de Araújo e Ibrandina de Almeida Araújo; nasceu numa
fazenda à beira do córrego Macaco no, então, município de
Camapuã/MS, todavia, considera-se areadense, visto ser a
cidade de Areado a mais próxima de local onde nasceu.
Aos dez anos veio para Campo Grande, para estudar.
Lembro o quanto era tímido e caipira, tanto que, juntando
com sua postura desengonçada (era muito magro, alto de
orelha grande), isso lhe rendeu muitos apelidos pejorativos e
lhe fez sentir na pele a discriminação e o preconceito.
Começou a trabalhar aos treze anos (precisava ajudar
na despesa de casa, onde morava com quatro irmãs e três
irmãos). Seu primeiro emprego foi numa banca de espetos e
sobá na Feira Central (onde adquiriu um pouco de malícia e
esperteza); sentiu-se orgulhoso ao receber seu primeiro salário
semanal (fruto do suor de seu rosto), o qual colocou a
disposição da irmã mais velha, para ajudar na despesa da
casa.
Seu currículo escolar, até a conclusão do Segundo Grau,
como ele mesmo diz, não é dos melhores. Porque saía direto
do emprego para a escola, estava sempre cansado (tendo sido,
por várias vezes, repreendido severamente pelos professores,
por estar dormindo em aula). Por outro lado, logo começou a
sentir atração pelos livros. Talvez, pela sua enorme dificuldade
de comunicação e pelos preconceitos que sofria por não saber
usar a norma padrão da língua, foi-lhe aumentando o desejo
de aprender a “falar e escrever bem” e grande admiração por
quem o sabia. Tornou-se um leitor regular (suas primeiras
leituras foram livrinhos com histórias de faroeste e gibis). Com
o tempo, diversificou sua leitura, sempre como autodidata na escolha dos livros.
Após doze anos que terminara o Segundo Grau, passou
no vestibular para o curso de Letras, em 1994, na Uniderp.
Como estudante universitário, foi um dos mais aplicados da
sua turma. Tanto que, a despeito da defasagem de
conhecimento em algumas matérias, recebeu de imediato, o
apoio de todos seus professores, os quais lhe davam sempre
uma palavra de motivação. Para conseguir pagar uma
universidade particular, trabalhava em dois serviços: era
policial e nas horas de “folga”, era taxista. No entanto, um
ano e meio, aproximadamente, antes de concluir o curso,
deixou os dois citados empregos, para iniciar sua carreira de
professor. Diz ter aproveitado como poucos a biblioteca da
Universidade, onde conheceu os clássicos da literatura
universal, dentre os quais chamaram-lhe a atenção
(principalmente pela maneira criativa no desenvolvimento
do enredo) O Paraíso Perdido de John Milton, e O Retrato de
Dorian Gray de Oscar Wilde. Também aí, leu os clássicos da
literatura nacional, os quais, considera motivo de orgulho para
o País. Dentre muitos, cita como um de seus favoritos O Triste
Fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, que diz ser “o
mais brasileiro dos romances”. Dentre os melhores poetas
nacionais, cita Manuel Bandeira, Augusto dos Anjos, Cecília
Meirelles e Vinícius de Moraes.
Um fato marcante em sua vida de acadêmico, foi que,
a partir da metade do segundo ano de curso, começou a sentir
mal-estar orgânico (dor de cabeça, vômito, câimbras,
taquicardia), os quais foram piorando cada vez mais, a ponto
de, no último ano de curso, às vezes, ter de sair da aula.
Contudo, não parou de estudar, porque sabia que se parasse,
não concluiria o curso. Mas, no dia de sua formatura, em
1998, foi internado no Hospital Universitário, em estado
gravíssimo; seu problema era renal. Começou a dialisar.
Na mesma Universidade, fez o curso de especialização
em Língua Portuguesa e Literatura (02/2001 à 01/2002),
concluído com excelente aproveitamento, cuja monografia recebeu nota máxima de sua professora orientadora e muitos
elogios dos colegas e mestres. Porém, até o presente momento,
por não conseguir quitar os débitos junto à Universidade, não
pode pegar o certificado nem usufruir dos direitos que uma
especialização confere ao profissional (inclusive o de
aposentar-se como especialista). Mas ele diz que isso não
importa. Mais importante, foi o conhecimento adquirido no
curso, que melhorou muito a qualidade de suas aulas.
Sempre foi uma pessoa reservada (um tanto
casmurro), porém após quebrar a difícil barreira da
aproximação, torna-se muito querido por quem o conhece.
Considera o sentimento de amizade sagrado, e, na sua maneira
exagerada de expressar seus sentimentos, costuma dizer:
quando se é amigo, se preciso, morre-se pelo amigo. Desde
criança teve um senso de religiosidade muito forte; porém,
não entende religião como instituição sectarista, como
fundamentalismo, como agremiação para encontros de lazer
e desfile de modas, muito menos, como fonte de arrecadação
pecuniária.
Hoje, aposentado, como professor de português, pela
rede estadual de ensino; faz hemodiálise três vezes por semana,
contudo, diz estar desfrutando de boa saúde física. O hábito
da leitura continua sendo uma prazerosa necessidade para
ele; porém, tem dedicado mais tempo a escrever, que também
o faz por gosto.





