À britânica que vejo passar...

Que visão fascinante que me
estonteia o olhar calmo e atento
à Britânica que vejo passar
nas ruas longas da cidade!

Ah! Que contemplação…
altiva, distante, frígida
solta o seu cabelo de oiro
e, eu, sinto o cheiro do seu perfume.

De um lado e de outro vejo
imensas lojas, mas uma
despertou de imediato
a minha atenção.

Ela, entrava na joalharia
dirigindo-se ao balcão “mogno”
e, pedindo com delicadeza
ao dono da loja para ver
algumas jóias de prata e de ouro.

Através da janela observo-a
pegando nas peças que reluzem
quando lhe cai uma ao chão
e, vergando-se, vejo o decote do seu vestido,
mas não só. Os seus seios que parecem romãs!

A melodia do seu andar era mas
realçada pelos seus tamancos finos
tornando-a assim mais elegante,
dando-lhe um ar aristocrata.

Fascina-me os seus movimentos
pois o seu ventre parece um melão,
o seu coração escarlate um tomate
e os seus olhos como bagos de uvas.

Isto veio a propósito de passar
por uma vendedeira na rua
onde ela parou para comprar
legumes e frutas saudáveis.

Cada vez está mais distante
por entre a multidão confusa e
vou perdendo o seu rasto por
completo, mas caminho insatisfeito.

Autora: Paula Dias