CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Ao jantar...
Sentados à mesa, composta de uma vasta panóplia de cores e sabores, a refeição estava a meio e a garrafa molhada, suada do gelo que a cobria e pingava, observava a linguagem silenciosa que trocavam, somente com o desejo como som de fundo.
Largavam-se sorrisos tímidos e piadas sem graça na tentativa ridícula de disfarçar a óbvia ânsia pelo toque. Hábeis jogos camuflados de sedução…
Deu-se uma pausa na fútil conversa que ninguém tomava atenção por estar demasiado penetrado na fantasia que os envolvia e após um curto silencio, uma subtil mas desesperante pergunta foi exposta:
-“Em que pensas?” – Perguntou ele.
Tudo parou naquele momento de expectativa... Devorava ansiosamente a imagem feminina que se sentava diante dele. Alimentava-se mais daquela deslumbrante vista que do próprio banquete exposto na mesa, meio consumido ainda.
Ela, em resposta e sem ter sequer tempo para ponderar em palavras que traduzissem o que estava a pensar;
Cabisbaixa, desviou o olhar do copo meio vazio que fixava e inclinou ligeiramente a cabeça para a esquerda deixando deslizar os cabelos descobrindo-lhe a face por completo, olhando para a sua direita, onde ele se encontrava. Seus olhos denunciavam o farto consumo daquele vinho geladamente pecaminoso. O olhar de um misto de antagónica inocência e de um total desejo carnal por aquele ser diante dela. Muito vagarosamente, como que em câmara lenta, o seu braço elevou-se da mesa onde repousava. Os olhos dele sem abandonar os olhares que se entrelaçavam, pelo canto do olho, tomavam atenção aquele lento gesto que, esperava, lhe responderiam à pergunta.
À medida que o braço se elevava e curvava, um dedo sobressaía dos outros, ficando o punho semicerrado.
Enquanto a mão se aproximava da boca, os lábios descolavam-se, permitindo que os dentes espreitassem o dedo a aproximar-se. A língua molhou os lábios, carnudos como uma serpente. Com os olhos fixos nos dele, ela mordeu ao de leve o dedo e pestanejou demoradamente. As pálpebras fecharam-se e ao subirem revelaram o branco do olho até que a pupila se desvendou, os olhos pareciam revoltos de prazer. Os dentes libertaram a ponta do dedo que depois se passeou pela textura polposa daqueles lábios libidinosos.
Ele ao ver o pormenor daquele movimento, notando a fálica ponta do dedo tão húmida que reflectia a luz emanada pelo candeeiro antigo que pairava sobre eles, arregalou os olhos e esboçou um sorriso quase demoníaco, ergueu o braço em direcção ao garçon e quando este os abordou, só disse:
“-A conta por favor!”
Submited by
Ministério da Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 914 leituras
other contents of Moon_T
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Pensamentos | Desaperta o colarinho | 0 | 1.631 | 11/25/2011 - 21:20 | Português | |
![]() |
Fotos/ - | 1925 | 0 | 2.343 | 11/23/2010 - 23:41 | Português |
Ministério da Poesia/Meditação | morte | 0 | 2.928 | 11/19/2010 - 18:27 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Eu | 0 | 3.326 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Gótico | réplicas | 0 | 2.861 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Gótico | Mimica | 0 | 2.801 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Gótico | Hoje não me apetece sorrir | 0 | 2.764 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Gótico | Insónia | 0 | 2.470 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | vivo | 0 | 3.030 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Erótico | Vestir-te | 0 | 2.899 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Erótico | deitada | 0 | 3.011 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Erótico | Chuva | 0 | 2.910 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Gótico | Insano por mais um dia | 0 | 2.373 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Gótico | Crepusculo de pesadelo | 0 | 2.275 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Paixão | Sabes-me bem | 0 | 2.447 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | Choro Amo-te | 0 | 2.491 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | nao me reconheço | 0 | 2.531 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | sinto a tua ausencia | 0 | 2.553 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | solta as amarras | 0 | 2.451 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | trago-te na sombra | 0 | 2.329 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Amizade | um dia, amigo | 0 | 2.808 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Amor | Fala-me | 0 | 2.746 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Paixão | Desespero | 0 | 2.384 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Geral | Lembro-me | 0 | 2.626 | 11/19/2010 - 18:25 | Português | |
Ministério da Poesia/Paixão | Odores... | 0 | 2.928 | 11/19/2010 - 18:25 | Português |
Add comment