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Cinzento

A calma dominava a rua, como um coração que páradepois de tanto sofrer, rende-se esgotada. Apenas memórias de poucos e pinturas de ninguém, ruas mortas, vazias. As pessoas que irrigavam o centro da cidade, abandonaram-na, já não a bombeiam de vida. Apenas a lua, o negro e o branco.

Uma palavra é berrada das entranhas do homem que experenciou injustiça, descriminação, exclusão (palavras mais estridentes que o som de um disparo, mais suaves que o riso de um bébé). Irá passar, sabe que sim, irá passar como sempre aconteceu. Se levarmos rápidamente as mãos aos olhos para os tapar mesmo a tempo, então nada acontecerá, como uma árvore que cai e ninguém está lá para presenciar também, então, nunca cai, ou cairá? E continuará a não acontecer nada até que seja cuspida violentamente dos lábios do próximo homem que já não mais aguente. Alguém falou em Revolução? Ou estará tudo na sua cabeça? Será isso o necessário para descobrir uma solução?

Não é o primeiro nem o último a imaginá-la. Interioriza os conceitos, questiona-os, agarra-os para forçar a derrota dos opressores. Contra o Eu! O derrube de O Próprio! Contra o egoismo generalizado e o materialismo impeditivo de voluntariado, a vontade de mudar ajudando. Amotina-te! Destrona-te! A rebelião começa entretanto, o tempo é agora! Alguém falou de Revolução?

Por entre céus avermelhados, olhos endiabrados, hipnotizados. Por entre pequenas mentiras, compromissos desfeitos, espectáculos de luzes, samurais, parasitas, vôos nocturnos além da vida.

Todos iguais, estereotipados, façam ou oponham-se, preto e branco. Alguém falou em Revoluçao? Pelo menos alguém falou. Luta pelo o que acredita. E se o que se acredita for verdadeiro por dentro, ergue-te e defende-o, ou deita-te e desiste.

E o homem chegou e agarrou a sua escolha, pelo direito a (con)viver em paz e apreciar a vida, lutou por entre céus cinzentos. Lê-se hoje nas paredes das ruas por onde todos passam indiferentes e distantes: Vive Livre! Respira Livre! Morre Livre!

Morreria para respirar de novo.

(Francisco Ferreira)

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quarta-feira, janeiro 20, 2010 - 12:35

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