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Arte Poética - Capítulo XX

Da elocução e de suas partes

Eis os elementos essenciais da elocução: letra, sílaba, conjunção, nome, verbo, artigo, flexão, expressão.

2. A letra é um som indivisível, embora não completo, mas de seu emprego numa combinação resulta naturalmente um som compreensível, pois os animais também fazem ouvir sons indivisíveis, mas a esses não dou o nome de letras.

3. As letras dividem-se em vogais, semivogais e mudas. É vogal a letra que produz um som perceptível, sem movimento da boca (para articular), como o "A" e "O "; a semivogal produz um som perceptível com a ajuda desses movimentos, o "S" e o "R"; a muda, que se produz com esses movimentos, não tem som por si mesma, mas torna-se audível juntando-se às letras sonoras; por exemplo, o "G" e o "D".

4. As diferenças entre estas letras provêm das modificações dos órgãos da boca, dos lugares onde se produzem, da presença ou ausência de aspiração, de sua duração maior ou menor, de seus acentos agudos, graves, intermediários; mas o estudo destas particularidades é do domínio da métrica.

5. A sílaba é um som sem significação, composto de uma muda e de uma letra provida de som, pois o grupo "GR" sem o "A" é uma sílaba, e também ajuntando-se o "A", como "GRA"; mas o estudo dessas diferenças compete igualmente aos metricistas.

6. A conjunção é uma palavra destituída de significado, que, sendo composta de vários sons, não tira nem confere a um termo seu poder significativo, e que se coloca nas extremidades ou no meio, se não convém lhe assinalar um lugar independente no começo de uma composição, por exemplo, meu, htoi,dh.

7. O artigo é um termo sem significação que designa o começo, o fim ou a divisão de uma preposição, por exemplo, to amji (em volta) e to peri (os arredores) e outros casos análogos, ou pode ser uma palavra vazia de sentido que não impede que se produza, com a ajuda de vários sons, uma expressão dotada de sentido, mas ele em si não produz esta expressão com sentido, e se coloca nas extremidades e no meio.

8. O nome é um som composto, significativo, sem indicação de tempo, e nenhuma de suas partes faz sentido por si mesma, pois, nos nomes formados de dois elementos, não empregamos cada elemento com um sentido próprio; por exemplo, em Teodoro, o elemento doro não apresenta significado.

9. O verbo é um som composto, significativo, que indica o tempo, e do qual nenhum elemento é significativo por si, tal como igualmente sucede nos nomes; com efeito, os termos "homem" e "branco" não dizem nada sobre o tempo, mas as formas "anda", "andou" indicam, a primeira, o tempo presente, a segunda, o tempo passado.

10. A flexão é uma modificação do nome e do verbo, que indica uma relação, como "deste" ou "a este", e outras relações análogas, o singular ou o plural, como "os homens", "o homem"; o estado de ânimo de uma personagem que interroga ou que manda: "Andou?" "Vá!"; estas últimas formas são flexões do verbo.

11. A locução (ou expressão) é um conjunto de sons significativos, algumas partes dos quais têm significação por si mesma,

12. pois nem todas as locuções são constituídas por verbos e nomes, por exemplo, na definição do homem, a locução pode existir sem verbo expresso. Deve ter, no entanto, sempre uma parte significativa; por exemplo, na proposição "Cleon anda", esta parte é o nome "Cleon".

13. A locução aparece una de duas maneiras: quando designa uma só coisa, ou quando oferece várias partes ligadas entre si. Assim, a Ilíada apresenta unidade por efeito da reunião de suas partes, e o termo "homem", porque designa apenas um ser.<1>

Notas

1. ↑ Este capítulo, de pouca importância no que diz respeito à Teoria Aristotélica sobre a arte poética, está cheio de lacunas no texto original.

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domingo, abril 12, 2009 - 01:22

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