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Canção Perdida

Canção Perdida

Hálitos de lilás, de violeta e d'opala,

Roxas macerações de dor e d'agonia,

O campo, anoitecendo e adormecendo, exala...
Triste, canta uma voz na síncope do dia:
Alguém de mim se não lembra

Nas terras de além do mar...

Ó Morte, dava-te a vida

Se tu lha fosses levar!
Ó Morte, dava-te a vida

Se tu lha fosses levar!

Com o beijo do sol na face cadavérica,

Beijo que a morte esvai em palidez algente,

Eis a Lua a boiar sonâmbula e quimérica...
Doce, canta uma voz melancolicamente:
O meu amor escondi-o

Numa cova ao pé do mar...

Morre o amor, vive a saudade...

Morre o Sol, olha o luar!
Morre o amor, vive a saudade...

Morre o Sol, olha o luar!
Lactescente a neblina pálida flutua,

Diluindo, evaporando os montes de granito

Em colossos de sonho, extasiados de Lua...
Flébil, chora uma vez no letargo infinito:
Quem dá ais, ó rouxinol,

Lá para as bandas do mar?

É o meu amor que na cova

Leva as noites a chorar!
É o meu amor que na cova

Leva as noites a chorar!
A Lua enorme, a Lua argêntea, a Lua calma

Imponderalizou a natureza inteira,

Descondensou-a em fluido e embebeu-a em alma.
Triste, expira uma voz na canção derradeira:
Ó meu amor, dorme, dorme

Na areia fina do mar,

Que em antes da estrela d'alva

Contigo me irei deitar!
Que em antes da estrela d'alva

Contigo me irei deitar!

Guerra Junqueiro

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quarta-feira, abril 8, 2009 - 01:04

Poesia Consagrada :

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GuerraJunqueiro

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