CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
FASTOS DAS METAMORPHOSES V
O roubo de Europa por Jupiter
(Traduzido do LivroII)
O gran Jove no céo Mercurio chama,
E sem lhe declarar o amor, que o fere,
«Vae, ministro fiel dos meus decretos,
Vae, filho meu, co'a sólita presteza;
Desce á terra (lhe diz) d'onde se avista
Tua mãe reluzindo á sestra parte,
E que os seus naturaes Sidon nomeam.
O armentio real, que ao lorjge a relva
No monte anda a pascer, dirige á praia.»
Disse, e já da montanha o gado expulso
Caminha á fresca praia, onde costuma
A do sidonio rei mimosa filha
Espairecer, folgar co'as tyrias virgens.
A magestade, o amor não bem se ajustam:
Jámais o mesmo peito os accommoda.
Do sceptro a gravidade em fim depondo
O pae, e o rei dos deuses, Jove, aquelle
Que armada tem do raio a sacra dextra.
E que ao minimo aceno abala o mundo,
Veste fórma taurina entre as manadas
Muge, e piza formoso as brandas hervas.
E' côr da neve, que nem pés calcaram,
Nem co'as azas desfez o sol chuvoso;
Altêa airosamente o mobil collo;
Das espadoas lhe pende, e bambalêa
A candida barbella, as breves pontas
D'industriosa mão lavor parecem,
Ganham no lustre á pérola mais pura.
Não tem pezado cenho, olhar terrivel,
Antes benigna paz lhe alegra a fronte.
A filha de Agnor admira o touro,
Extranha ser tão bello, e ser tão manso.
Ao principio, inda assim, teme tocar-lhe;
Vae-se depois avisinhando a elle,
E as flôres, que apanhou, lhe applica aos beiços.
Eil-o já pela relva salta, e brinca,
Já põe na fulva arêa o niveo lado.
Á virgem pouco a pouco o medo extingue,
E agora off'rece brandamente o peito
Só para que lh'o afague a mão formosa,
Agora as pontas, que a real donzella
De recentes boninas lhe engrinalda.
Ella, em fim, que não sabe a que se atreve,
Ousa nas alvas costas assentar-se.
De espaço á beira-mar descendo o nume,
Põe mentiroso pé n'agua primeira,
Vae depois mais ávante. .. em fim, nadando,
Leva a preza gentil por entre as ondas.
Ella de olhos na praia, ella medrosa
Segura uma das mãos n'u,ma das pontas,
Sobre o dorso agitado a outra encosta;
Enfuna o vento as susurrantes vestes.
Despida finalmente a falsa imagem,
Eis apparece o. deus, eis brilha Jove,
E em teus bosques, oh Creta, Amor triumpha
Submited by
Poesia Consagrada :
- Se logue para poder enviar comentários
- 5174 leituras
other contents of Bocage
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXXV | 0 | 1.667 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXXVI | 0 | 1.266 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXXVII | 0 | 1.255 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXII | 0 | 1.312 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXIII | 0 | 1.502 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXIV | 0 | 1.712 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXV | 0 | 1.138 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXVI | 0 | 1.712 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXVII | 0 | 1.862 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXVIII | 0 | 1.048 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXIX | 0 | 1.535 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXX | 0 | 2.502 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXI | 0 | 1.286 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXII | 0 | 985 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXIII | 0 | 1.967 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXIV | 0 | 1.313 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LXXIV | 0 | 1.531 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS XLIX | 0 | 1.364 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS L | 0 | 2.064 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LI | 0 | 1.581 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LII | 0 | 1.504 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LIII | 0 | 1.458 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LIV | 0 | 1.680 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LV | 0 | 1.472 | 11/19/2010 - 16:55 | Português | |
Poesia Consagrada/Geral | EPIGRAMMAS LVI | 0 | 1.802 | 11/19/2010 - 16:55 | Português |
Add comment