CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

FASTOS DAS METAMORPHOSES XV

Ésaco e Esperiá

(Traduzido do Livro XI)

Esaco, irmão de Heitor, se não sentira
Na flôr da bella edade extranhos fados,
Gran nome entre os heroes talvez tivesse,
E á fraterna egualasse a gloria sua;
Posto que fosse Heitor de Hécuba filho,
É Ésaco de Alexirhoe, a qual é fama
Que a susto o produziu lá no Ida umbroso.

Aborrecendo a pompa das cidades,
Remoto do paterno, insigne paço,
Nos montes se escondia, amava os campos,
Illesos de ambição: mui raramente
No cortezão tumulto ía envolver-se.
O caracter, porém, bravio, agreste,
Inimigo de Amor não tinha o moço.
Um dia ás patrias margens a formosa
Cebrena Hesperia viu, do sol aos raios
A livre trança de ouro estar seccando;
Hesperia, a quem mil vezes entre os bosques
Já seguira infiammado. Ao vêl-o a nympha
Com tanta rapidez foge do amante
Qual do lobo voraz medrosa corça,
Ou como a fluvial ádem ligeira
Foge ás unhas crueis, se é assaltada
Longe do lago pelo açor violento

Corre o troyano ardente apoz a ingrata,
Persegue amor veloz o veloz medo:
Eis serpe occulta no caminbo hervoso
Volve á planta fugaz o curvo dente,
Nas vêas lhe introduz mortal peçonha,
Supprime a fuga, supprimindo a vida.
O misero amador, de mágoa insano,
Abraça o lindo corpo agonisante.
«Eu me arrependo (grita) eu mo arrependo,
Nympha, de te seguir, mas não prevía
Este caso fatal, nem desejava
Victoria tão custosa, e tão funesta.
Dous foram, infeliz, os teus verdugos:
Deu a serpente o golpe, eu dei a causa,
E eu fôra inda peor que o seu veneno
Se a morte minha não vingasse a tua.»
Disse, e do cume de cavada rocha
Ao pélago se dá; — porém doída
Tethis o acolhe brandamente, e logo
Véste de plumas o nadante corpo,
Seu cubiçado fim negando ao triste.
Elle, raivoso de existir por força,
De ter com duros laços opprimida
Alma, que da prisão sahir deseja,
Menêa, assim que as sente, as azas novas,
Vôa mas outra vez baixando ás ondas,
Se intenta submergir: védam-lh'o as pennas.

Mais o amante se enraiva, e teima, e torna
A sumir-se no mar: da morte a estrada
Tenta, retenta ali, sem fructo.
Amor lhe gasta, lhe macéra as carnes;
O collo se lhe alonga, o mar lhe agrada,
E dos mergulhos seus provém seu nome.

Submited by

domingo, novembro 1, 2009 - 21:17

Poesia Consagrada :

No votes yet

Bocage

imagem de Bocage
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 13 anos 24 semanas
Membro desde: 10/12/2008
Conteúdos:
Pontos: 1162

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Bocage

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia Consagrada/Soneto Soneto das Glórias Carnais 0 1.001 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto de Todas as Putas 0 866 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Adeus às Putas 0 773 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Caralho Apatetado 0 1.221 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Caralho Decadente 0 1.333 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Caralho Governante 0 1.317 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Coito Interrompido 0 1.141 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Gozador Coçador 0 856 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Gozo Vitorioso 0 1.486 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Juramento 0 773 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Lascivo Pezinho 0 1.112 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto do Ofício Meretrício 0 690 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Soneto Soneto Matinal 0 907 11/19/2010 - 16:49 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS I 0 2.032 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS II 0 857 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS III 0 475 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS IV 0 587 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS V 0 622 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS VI 0 1.093 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS VII 0 555 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS VIII 0 859 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS IX 0 1.029 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS X 0 646 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS XI 0 520 11/19/2010 - 16:54 Português
Poesia Consagrada/Geral ODES ANACREONTICAS XII 0 838 11/19/2010 - 16:54 Português