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Os Canários

E eles eram dois mansos passarinhos

Queriam-se na paz indefinida
Das almas que são puras,
Cheios de amor, de luz e de carinhos,
Eles passavam docemente a vida,
Isentos de amarguras.
Então sorriam, sem pensar que a morte
Inda podia lhes mudar a sorte.
E sempre eles cantavam
Se no espaço adejavam!

Ao despontar da aurora
Chalravam, procurando, estrada a fora,
O alimento do dia.
Saltando de alegria
Assim voltavam conversando a medo
E pousavam, alegremente, rindo,
Nos ramos do arvoredo.

Eu quisera saber o seu segredo:
Devia ser tão lindo!
Depois, ruflando as asas amarelas,
Iam embora... E eu, triste e sozinha,
Olhava para as belas
Ramagens, onde eles mansamente
Pousavam à tardinha.

A viração, gemendo docemente,
Vinha beijar as avezinhas puras.

Terminaram, porém, tantas venturas:
Morreu um passarinho
Ficou deserto o ninho!

O outro partiu... Não sei onde foi ter;
Talvez bem longe, para, então, morrer,
Em triste soledade.
E o meu olhar dorido
Seguiu a ave, pelo pavor ferido.
Ficava uma saudade!

E murmurei comigo entristecida:
Ó asa aventureira!
Levas toda a paixão de minha vida,
Levas minh’alma inteira!

Desde então vivo triste. Às vezes penso
Neste sofrer indefinido, imenso
D’um pobre coração
Que nas asas do tempo vê voar,
A chorar,
A última ilusão...

1893

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domingo, abril 12, 2009 - 23:48

Poesia Consagrada :

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AutadeSousa

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