CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Rosa pálida

Rosa pálida, em meu seio
Vem, querida, sem receio
Esconder a aflita cor.
Ai!, a minha pobre rosa!
Cuida que é menos formosa
Porque desbotou de amor.

Pois sim... quando livre, ao vento,
Solta de alma e pensamento,
Forte de tua isenção,
Tinhas na folha incendida
O sangue, o calor e a vida
Que ora tens no coração.

Mas não eras, não, mais bela,
Coitada, coitada dela,
A minha rosa gentil!
Coravam-na então desejos,
Desmaiam-na agora os beijos...
Vales mais mil vezes, mil.

Inveja das outras flores!
Inveja de quê, amores?
Tu, que vieste dos Céus,
Comparar tua beleza
Às filhas da natureza!
Rosa, não tentes a Deus.

E vergonha!... de quê, vida?
Vergonha de ser querida,
Vergonha de ser feliz!
Porquê?... porquê em teu semblante
A pálida cor da amante
A minha ventura diz?

Pois, quando eras tão vermelha
Não vinha zângão e abelha
Em torno de ti zumbir?
Não ouvias entre as flores
Histórias dos mil amores
Que não tinhas, repetir?

Que hão-de eles dizer agora?
Que pendente e de quem chora
É o teu lânguido olhar?
Que a tez fina e delicada
Foi, de ser muito beijada,
Que te veio a desbotar?

Deixa-os: pálida ou corada,
Ou isenta ou namorada,
Que brilhe no prado flor,
Que fulja no céu estrela,
Ainda é ditosa e bela
Se lhe dão só um amor.

Ai!, deixa-os, e no meu seio
Vem, querida, sem receio
Vem a frente reclinar.
Que pálida estás, que linda!
Oh!, quanto mais te amo ainda
Dês que te fiz desbotar.

Submited by

sábado, abril 11, 2009 - 18:22

Poesia Consagrada :

No votes yet

AlmeidaGarrett

imagem de AlmeidaGarrett
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 13 anos 32 semanas
Membro desde: 04/11/2009
Conteúdos:
Pontos: 279

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of AlmeidaGarrett

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia Consagrada/Geral Bela d'amor 0 547 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Os cinco sentidos 0 378 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Rosa e lírio 0 368 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Coquette dos prados 0 783 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Cascais 0 301 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Estes sítios! 0 310 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Não te amo 0 325 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Não és tu 0 299 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Beleza 0 387 11/19/2010 - 16:52 Português
Poesia Consagrada/Geral Folhas Caídas/Advertência 0 389 11/19/2010 - 16:51 Português
Poesia Consagrada/Geral Ignoto Deo 0 444 11/19/2010 - 16:51 Português
Poesia Consagrada/Geral Adeus! 0 425 11/19/2010 - 16:51 Português
Poesia Consagrada/Geral Quando eu sonhava 0 429 11/19/2010 - 16:51 Português
Poesia Consagrada/Geral Aquela noite! 0 379 11/19/2010 - 16:51 Português
Poesia Consagrada/Soneto O anjo caído 0 1.448 11/19/2010 - 16:51 Português
Poesia Consagrada/Geral O Álbum 0 511 11/19/2010 - 16:51 Português
Poesia Consagrada/Geral Saudades 0 307 11/19/2010 - 16:51 Português
Poesia Consagrada/Geral Este inferno de amar 0 415 11/19/2010 - 16:51 Português