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Carta
Será outono aí. Será de noite.
Venho dos meus assuntos aos teus olhos.
Continuo te amando
com este amor de brisa,
sem carne, sangue, pele ou contingências,
com esmero de traços paralelos
e esta mania de oficiar meus ritos
nos altares do caos.
Faz muito que não sei notícias do teu cão.
Ainda não me contaste
como se comportou a primavera
nos muros do teu pátio.
Noto que não nos restam amigos em comum.
De mim te conto: agora uso chapéus
de feltro cor de mel quando te penso
e quando - como de hábito - estou louca,
um panamá genuíno, faixa preta,
que até me faz sentir quase normal.
Terminei de escrever aquele livro
por presumir que tenho algum talento.
Fui a Istambul de novo, porque sim,
só por causa das pombas que esvoaçam
desde a Mesquita Azul ao Corno de Ouro
às seis da tarde quando o dia apaga
e a voz do muezim chama ao adhãn
e me chega uma lástima de lágrima
por nunca haver acreditado
numa alma imortal.
Dei uma volta à vida, podes ver,
de tão exacerbada envergadura
que até a nogueira
que tem teu nome escrito em cada rama
morreu de espanto.
Essas coisas de mim venho contar-te
e, como vês, repito sempre o mesmo:
continuo te amando
com este amor de brisa
e vocação de caos.
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Ministério da Poesia :
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