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A máscara poderosa

Aconteceu que a jovem, inspiradora da nova modalidade, atividade extra-curricular da mãe, foi escolhida para modelo, para não dizer cobaia, a experimentar uma nova máscara facial em suas rubras faces, como as de uma fresca maçã e delicadas e suaves como as de um pêssego. Só restava saber se no final do experimento, continuaria com o mesmo aspecto ou ficaria como a tez de um maracujá...
- Quanto tempo tenho que ficar com essa meleca no rosto? Ainda tenho que sair para me encontrar com o pessoal para estudar.
- Apenas vinte minutos, minha filha.
- O que? Vinte minutos? É muito tempo, acho que não vou agüentar esperar tudo isso.
- Calma. Vai ser rápido, você vai ver. E o resultado é fantástico. Mas tem uma coisa. Vou começar agora com a limpeza e em seguida começo a aplicação e você não poderá se mexer.
- Como assim, vou virar uma estátua, ficar paradona?
- Vocês jovens, que paciência! Agora, concentração, fique quieta.
A mãe iniciou o trabalho e ao terminar a aplicação, olhou bem nos olhos da filha e disse:
- Psiuu! Você não pode dar um piu! Silêncio total, se mexer os lábios, movimentar os músculos, a máscara vai rachar e vamos perder tudo, a ação e efeito da máscara na sua pele.
A menina não se conteve e foi dar uma olha no espelho... que vontade de pensar em voz alta. Rir ou chorar? Não sabia...
Cinco minutos se passaram e foi uma eternidade, no pensamento da jovem modelo. Não havia pensado antes como era difícil ficar em silêncio. Ela, que gostava de falar e fazer muitas coisas ao mesmo tempo, ali quietinha, intacta, sem nada poder fazer nem quase pensar, para não dar asas à imaginação e nem um reflexo espontâneo, como abrir a boca.
Que tortura, mais cinco minutos. Olhou no relógio, será que a bateria tinha acabado?
A mãe olhava para ela, vigiando e controlando o tempo.
- Já foram 12 minutos – anunciou – Vou pegar uma toalha, não foge não, viu! – brincou com a filha, totalmente paralisada e angustiada.
Quando completaram 15 minutos, parece que acabou relaxando um pouco e fechou os olhos.
A mãe, de volta da área de serviço, aproximou-se com a toalha no ombro e dobrou o corpo para ver bem de perto a textura da máscara. Ao inclinar-se, a toalha escorregou e caiu ao chão. Então agachou para pegá-la e um imprevisto e barulhento som explodiu!
Imediatamente a jovem abriu os olhos e o “crack” do rachar da máscara, por conta da gargalhada infindável da filha, em extensão ao sonoro “pum” da mãe, além de quebrar aquele extraordinário momento de silêncio tão custosamente conquistado, rendeu comentários hilários entre os da casa por um longo tempo.
- Da próxima vez, não esqueça de comprar um par de tapa ouvidos - recomendou a filha, imaginando como seria uma cena dessas, com as suas novas modelos para a sessão de tratamento facial intensivo.

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segunda-feira, março 7, 2011 - 20:15

Ministério da Poesia :

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espuletah

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