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MANIFESTO NÃO MANIFESTO DA GERAÇÃO VINTE E UM (#NG21)
MANIFESTO NÃO MANIFESTO DA GERAÇÃO VINTE E UM (#NG21)
A poesia existe no hoje. On-line navega todo o presente.
Seja livre. Só o maravilhoso é capaz de fecundar o encanto. Seja vítima de sua criação.
O novíssimo tem pressa. O velho calma. Uma relação de experiências contraditórias: Caberia ao novíssimo a calma diante do horizonte temporal e ao velho a pressa da finitude, do imediato; Limitado e imposto pela carne e não pelo espírito. Experiência? Não espere o novo. Espere o novíssimo. Não há espanto.
Poesia: Encantar-se ou não? Eis a questão.
A novíssima geração do século XXI conhece e reconhece todos os mortos. A Internet revira os cemitérios literários a cada nova busca. Em cada citação, imagem, filme há constante exumação. Arquivos abertos, palavras atribuídas e nunca escritas na eterna profundidade do oceano. O novíssimo encontra-se além das respostas e com perguntas.
Uma única luta – (ecológica?!) A luta pelo caminho.
Todo novíssimo deve agir como novíssimo. Permita-se a pretensão. Não tenha vergonha de ser engraçado. O bom senso convalesce. O politicamente correto sufoca o espírito. Sim, teremos os cabelos pintados, plásticas, botox, mãos e olhos mecânicos. Cachorros e gatos tratados como filhos. Novíssimo. Um encanto só. Deixe o nojo e o enjoo para os velhos.
O crítico se ampara no passado das letras. Um mesmo rio segue com outras margens. A gramática já entendeu na sua origem a sua própria função recicladora.
Conecte-se. O nosso nascimento encontra-se na palavra. Não permita a pausa e a súplica. O contemporâneo assalta o imenso vazio existente entre o sublime e o grotesco. Seja on-line ou no papel, não tema ser obscuro, mas não maltrate a palavra. O falar difícil só por falar difícil é insuficiente e medíocre. Feliz daquele que é sentido. O canto de hoje se reconhecerá no novíssimo hoje amanhã. Só a reciclagem dos homens não nos engana.
Adote o imediato. Siga o inflamável. É necessário curtir o perecível. O solo não é virgem. As novíssimas folhas precisam de adubo. A palavra alimenta. Sustenta.
Ora, o momento é de reação à permanência. A novíssima folha até se ilude momentaneamente desprezando as raízes. Reação às coletâneas. Substituir a ilusão do clássico só pelo clássico. A palavra além de si mesma. #novíssimo #verEviver #photoesia #reciclagem #sustentável #encanto #NG21
Os mineiros não inventaram o Wi-Fi.
Nós afirmamos a beleza do nosso século XXI: a beleza da velocidade de conexão. Os PC’s, e-mails, Sites de Busca, Wikipedia, Pen Drives, Terabytes, Tablets, Smartphones, #hastags, Aplicativos, Redes Sociais, Processadores e o que virá; São mais bonitos do que a máquina de escrever.
Nossa época anuncia o triunfo do digital. Arquivos em Nuvens atacadas por hackers.
Recicle. Eu reciclo, Tú reciclas, Nós reciclamos e o resto é pura hipocrisia ou cópia. Contudo o século XXI não pode ser somente o século XX revisitado.
É tão ampla a diversidade. Não há um único meio para nos conduzir. Inexiste a resistência. Publique na rede, nas gráficas e pequenas editoras. Cave as grandes editoras. Leia. Leia sempre. Crie e mobilize. Compartilhe. Os fins do mercado, ao contrário, nos escapam. Por isso, recicle. Recrie.
Sem distâncias geográficas, o café e o gostoso aperto de mão, sobrevivem nas novíssimas afinidades. Nos comentários, seguidores e curtidas. Múltiplos usos para a palavra no século XXI.
A poesia da novíssima geração tem no tempo verbal: a conexão, o som, a imagem, o tempo.
Toda a História Literária e a história editorial brasileira. Todo os nossos erros. Como falamos. Como tocamos a tela. Como somos. Nosso esquecimento não será: como uma criança nos Blogs, Sites, Páginas, Redes Sociais nos compartilham, ironicamente, a certeza de que ainda pensamos. Mesmo se não escutamos o silêncio ou a nossa “voz interior”; Pensamos com os fones nos ouvidos e comandos de voz. Conectados pensamos e somos livres para o encanto. Ver e viver com os olhos livres. Sapere aude. Contudo, nunca nos levemos tão à sério. É muito cedo para nos desconectarmos. Nunca nos deixemos levar. O nosso tempo é para voar.
A alegria é a prova de sustentabilidade.
Vivemos entre máquinas. Mas o tempo comprovou a nossa humanidade. Não somos objetos – embora nossos avatares se reproduzam – somos o próprio consumo. Reciclamos a nossa causa. Ainda espontâneos e intuitivos. O nosso touchscreen transcende, recicla a nossa condição ‘recriativa’. Bem humana. Poética. Poherética. Conhecedora de todas as artes e expressões. Todo artista é um poeta.
A poesia nunca esteve no armário. Não se aborta ideias. O sexo não dorme on-line indomável. Carnaval o ano inteiro. A poesia transformadora do prazer e do olhar. Sem fronteiras. Imediata. Encantada. A serviço do contemporâneo.
O infinito e o agora: o que nos interessa: a primeira poesia marciana.
Nosso individualismo, reino de umbigos. Original nas amizades das telas. Conectados não reconhecemos títulos e nem denominações. A novíssima geração é ou já é ou nunca será. E isso não nos bastará. Mas que temos nós com isso?
Leia ou não leia. Delete. Acorde.
Bebamos mais limonada.
Douglas Fagundes Murta
Brasil, RJ - MMXVI
Texto apresentado para os escritores:
Edvard Vasconcelos
Fábio Baptista
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