Memórias - dedicado a Fernando Pessoa

Se o tempo voltasse atrás
talvez nos tivessemos conhecido
mas se Deus quis e a obra nasceu
aqui estou como servo livre

Um homem nasce,
triste é o destino que nos dita
triste é quando chega um fim

Aquela geração
aqueles que te acompanharam
e aqueles que te acompanham

Tantas palavras
deram asos a tanto

Do mito ao sonho
do conhecido ao desconhecido,
a marca que ficou
e a promessa de cumprir um desejo

As emoções
e a tamanha imaginação,
pobre homem mergulhado num mar de sargaços
a contemplar a sua dor,
a inveja que se instala

Da tua Pessoa
deste várias
e tantos os seus nomes
reais ou inexistentes

Um império que não existe,
a falta de espírito
e a ignorância da nossa gente por não saber o que tem

Uma promessa que falta cumprir
misturada no meio da ilusão da gente de hoje

Aqueles que ainda te seguem
são aqueles cuja curiosidade perdura

Aqui entre nós,
(Oh mestre das Letras)
a minha força é maior
não imagino emoções
limito-me a transpor,
não semeio ilusões
mas também não peço desilusões,
não me dou por infeliz
mas o horizonte é ainda longe

Para ti
que eternamente viverás
haveremos de nos encontrar,
talvez algures neste mundo
mas se não o for
que tudo se transforme
pois a gente que nos lê
nada percebe

Tantos foram os anos que passaram
mas nada mudou
ou se mudou
fica uma realidade por conhecer
mas que há quem prefira camuflar

Pessoa
só há um
mas aqui entre nós
que a tua imaginação me contagie
que as emoções me deixem sentir
que o mito se torne real
que o desconhecido seja conhecido
mas acima de tudo
o meu Eu bem presente

Tantas são as Memórias
difíceis de guardar
mas ei-las que ficam
mesmo que não me tenha nunca lembrado de ti
e por isso aqui fica um agradecimento pelo que foste
pelo que soubeste oferecer