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SONS DE NONATA

POEMAS
por ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES( CARLOS SEMEDO)
SINTRA 2012

Chegada ao cais
Sais  sorrindo
Molhando os demais
Mas tuas gotas são mágicas
E me transformaram
Num Príncipe alado
Que desceu junto de ti
Beijando-te
A maldição se quebrou
E numa linda morena
Mulher se tornou

Um desejo de boa noite sem ti não é desejo
mas sim  ansiedade e desespero como o buraco negro no universo

boa noite numa girante constelação de poemas perdidos
em meus lábios sem poder dizer-tos

Uma paz durante a minha noite de insónia
onde estico os dedos no teclado
ferido de saudade
de olhar teu corpo de estrelas numa constelação de prazer.

Boa noite, com um sabor desiludido na boca sôfrega de teus beijos.
Sintra-01.48- 29-07-2012

A RAZÃO DO SILÊNCIO
Hoje olhando fotos compreendi
onde andas e o porquê do teu silêncio
chave desta minha angústia
das madrugadas de noites sem ti
saudade saudade mas nada posso fazer
para contrariar teu destino
tua vida e prazer

Só me resta pedir perdão
por te amar
não te vou esquecer
mas podes não voltar

É esta a sina do amor verdadeiro
da paixão
amar com o coração
sofrer como a formiga no carreiro
transportando milho grão a grão..
mas foi tão bom estar em ti
amar.nos profundamente
compreendo este clarão do desespero
do não estar e depois num relâmpago
com raio de trovoada
tudo, tudo, tudo volta
ficando apenas uma dorida  recordação.

SINTRA-2012

Sintra 2012-07-29
Luto a meio gáz
Acredito a todo o vapor
Mas escrevo angustiado
Com pés assentes em núvens
Sem firmeza nem tão pouco
A firmeza necessária dum telhado

Emprenhei novamente
Paro versos grávidos
De solidão
Numa ausência
Tão distante de meus olhos

Resisto
mas não consigo
Enquanto fico poente
Nesta nesta distância
Oceânica
Num horizonte sem ti
nem inicio de mim

LORDES DE ONTEM
Gostava de ti assim
Olhando.te
Via-te num campo de papoilas vermelhas
dum prado verde

Um regato de àgua fresca
Fugia em cada gargalhada
mas murchavas triste
perante o esboço da fuga
de um teu amado
amante só desse corpo abençoado
Assim
triste
lembravas-me um cipreste
adormecido  num cemitério
Quanto desejei ser jovem
E sentir-me  nos seios redondos
e aí adormecer até chegar a madrugada
absorver o clarão  do rosto acordado
beijar os orvalhos dcos morangos
silvestres do teu corpo...
saído    do sono contentado-me
apenas        
com um iogurte pasteurizado
de aroma de frutos silvestres.          SINTRA 2012

AFRICANO EM LISBOA /1

AFRICANO EM LISBOA/2
Cofusão
Gritos
Milhares de pés
Berraria nos bairros
(Não são tabancas não)
Anúncios murais
Crroças  vendilhões
Turbulência... policia agressiva
( não são negros nem tabancas não)

Prédios altos, arranha-céus
Autocarros bufantes
Fábricas fumarentas poluentes
Sol cinzento
TUDO VEJO À PORTA DO CAFÉ ONDE VEGETO
( e eu gosto da solidão das florestas virgens das minhas tabancas e arrozais)

EM TRANSE
Em transe me deito no colo
de Morfeu e me deixo embalar em palavras
suadas de êxtase
morfologia de sentidos impressos neste caos
desesperação total
de mim
de ti
pois não consigo transmitir-me
só exaltando estas sórdidas imagens
de amor e amor e de orgasmos sofridos em apenas palavras
não masturbações solitárias
em noites perdidas sem ti.
meu amor de aqui e além
ausente deste corpo envelhecido
numa saudade  sem figura
nem cor
apenas
esperma imaginária
de um desespero
de existir sem viver
num estado de alma perdida
vagabunda como o  fantasma num barco
solitário escondido na bruma .

SINTRA.2012
(dedico este poema à poetisa ANA COELHO)
ODOR DO TEU CORPO
Os sentidos
foram-nos dados
para utilizar
olhos para ver lindos corpos
de mulheres ,desnudados
virgens ou usados
em minhas loucas viagens 
em sonhos enlatados por mim
O nariz cheira o teu odor de banho em espuma
de alecrim 
ou alfazemas das deusas do amor
A língua, rígida de medo,
ou sibilina nas palavras
ou serpente alada no teu corpo ,morena
do outro lado do sonho
no paraíso virtual
e as mãos, as mãos
que cantam
matam,
guerreiam
arranham e amam 
percorrem a estrada de um ventre
num caminho amaciado dos seios
ainda jovens como papoilas frescas
O indicador não serve só para apontar
é o génio galante do clítoris
numa madrugada sem lençóis.
Afinal um orgasmo virtual 
é um inicio de amor amado
com todos os sentidos
Sintra-2012

Penso em ti esguia e bela libanesa
serena serpente de olhos rasgados
flor de jardim sem cactos

Amas um homem
sentes ter assassinado a solidão
Feliz como rio solto no leito
sem rochas

Ontem me disseste" apaga esse foto com o homem 
meu amor
minha asa delta"

Senti tanto medo
em quem é forte
e sabe lutar

Nunca temas foge desse pavor

Agarra a Felicidade
é tua e dele mais ninguém

Nada mais lindo do que se assumir
como num por de sol do calor!                                Sintra 2012

INCERTEZA

Nada nos pertence!

Somos apenas fantasmas
figuras flutuantes
Vamos e vimos
como marés
madrugadas e por de sol
Mas menos reais
Mais fantasia
onde descansam as mentes reais
saídas das net com votos de esperança
Não há certezas de nada!
Hoje apanhei um pequeno raio de sol
Um canto dum pássaro
fora duma gaoila mas sempre rouxinol
Sinto-me isolado
Como a ilha do Bugio
Mas ela é  um ecosistema
e eu apenas um  animal  para caçar
Já não  me sinto madrugada
Nem racional
mas um cisne a cantar

Sintra-2012

MORTE LENTA
Rebuçados na boca seca
E àvida
não me adoçam
E meu hálito é de amargura
Nem o mar solto
me
Conduz deste estado
Não acreditando em  amanhã
Verificando os sins que nada
São 
Tudo nos oferecem
Mas pouco nos dão
Apetece.me desitir
Da velhice abraçar
Entrando num asilo
comendo a horas, vendo televisão,
correndo  para a morte
num mar chão
onde não sei nadar.
E nada deixo aos que me amaram
Nem fotos, nem livros
Só poemas dispersos não publicados
Esta é a sombra é verdade
Só me resta vestir
Uma farda de prisioneiro
E nunca mais cantar.

Sintra-2012

Ainda hoje não escrevi e a noite já chegou com uma serena brisa da serra e a maresia do oceano.
Os pássaros recolheram, os cidadãos no sofá   esticado
amam as novelas  na televisão
os maus e os bons, amores deseperasdos
ou ladrões assassinados por outros ladrões
ALIANAÇÃO
Dinheiro guerra pelo dinheiro
Amor e sexo se baralham

UMA CONFUSÃO
Assim se constroem sonhos e medos papões
Ou deuses divinos astros charlatões
Ou meninas transando ainda de babete
num grito de liberdade que nem sabe apalpar
Não há nada que as ensine respeito por si
que o dinheiro não é marido
Pois  no meio de tanto amor
aparece  um menino musculoso e rico por encontrar.
Quero a realidade dos bairros da lata e da fome, a verdade
que se sofre mês, dia a dia, noite a noite,
na fábrica
No escritório,
na enfermaria,
nas aulas dadas a chorar.
Morreu o conceito de Justiça apoia-se publicamente a corrupção
Não  sou não preconceituosos nem popular
Apenas me resta o desejada VERDADE no meu já fraco coração

Sintra 2012

Hoje é hoje
como sol é sol
lua lua
agarro em balões grandes
para fugir
mas não há ainda balões
para deficientes
bipolares
anjos da guarda
pois as cestas só são para turistas
Estou só
no meu PC
no mundo virtual esperando uma palavra amiga
um beijo
um adeus um simpático olá.
Sou um chato porque amo
faço poemas naif
Mas não  sou naif
mas infantil amante
de cabelos longos ou às ondas
em cabeças femininas
Nem posso ser piolho e afaga-las com toda a ternura
e em cada poema sofro resistência a palavras
de fé, esperança e vida.
Gosto de amor virtual, sim...
É barca linda de ida  e volta,
sem amarras físicas apenas mesmo apenas
deixa o sabor de sonho realizado acordado.
Sintra-2012

MORTE LENTA
Rebuçados na boca seca
E àvida
não me adoçam
E meu hálito é de amargura
Nem o mar solto
me
Conduz deste estado
Não acreditando em  amanhã
Verificando os sins que nada
São 
Tudo nos oferecem
Mas pouco nos dão
Apetece.me desitir
Da velhice abraçar
Entrando num asilo
comendo a horas, vendo televisão,
correndo  para a morte
num mar chão
onde não sei nadar.
E nada deixo aos que me amaram
Nem fotos, nem livros
Só poemas dispersos não publicados
Esta é a sombra é verdade
Só me resta vestir
Uma farda de prisioneiro
E nunca mais cantar

FRENTE AO PC
.
S Estive sentado numa cadeira
Frente ao Pc
Esperando teu olhar
Sorriso
Corpo
E Amor

Esperei como não podia esperar
Sofri como não devia sofrer
Tudo apenas por trinta pessoas
Para almoçar...

É tão fácil escrever sem desculpar
E desculpar sem entender
Como pode haver cambio com valor
trocando
dinheiro por amor...
Sintra-2012

FALÁMOS HOJE                                                                               
Estas palavras em forma de gratidão
Saiem do forno
De mim
Ainda quentes
Com cheirinho a jasmim

Vi teu corpo
Dançar  sem sarcasmo
Dedos  volateis e lábios quentes
Sairam do ecran
Envolveram.me de ternura.
Ai esses deus olhos faróis
Iluminaram-me de esperança
e vontade de continuar com fervor.
Mas agora vou deitar-me com auto estima renovada
E sonhar sonhar com musas em ondas do mar
E tu Minha Vénus a seres por uma onda entronizada.
Será por certo um doce e  melado acordar.

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quarta-feira, setembro 5, 2012 - 16:16

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António Leite de Magalhães

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