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ANSIEDADE
Ansiedade
Ansiedade porque não deixas o meu peito?
Deixa o meu coração bater sem defeito,
Não vês que me assustas não me faças pensar,
Que por tua causa o meu coração pode parar,
Vai-te embora deixa o meu coração em liberdade,
Não vez que me causas dor na minha idade?
Moras no meu peito há tanto tempo,
Causas -me inquietação e tanto sofrimento,
Ai ansiedade não sei porque te agarraste a mim,
O que foi que eu fiz para merecer estar assim?
Desde criança que te meteste no meu peito,
E continuas comigo acordado ou quando me deito.
Ai ansiedade, ansiedade porque não me libertas?
Não vês que me entristeces e me apertas,
Quase me sufocas quando me deixo levar por ti,
Deixa-me respirar, ainda é cedo para desistir,
Da vida com nasci até chegar a esta velha idade,
Deixa-me sonhar mais um pouco em liberdade.
Não me deixas descansar, nem sequer a dormir,
Tiras-me o sono e o pensamento anda a fugir,
Tão apressado e me deixa neste desassossego,
E o palpitar do meu coração me enche de medo,
Parece que vou cair e não mais me vou levantar,
Respiro fundo tantas vezes para a vida não me deixar.
Porque me escolheste a mim logo tão cedo?
Ò ansiedade não me tortures mais, tenho medo,
Do bater do meu coração, embora bata sem doer,
Provoca-me esta aflição, parece que vou morrer,
Eu quero continuar a viver e ouvir as ondas do mar,
Que me dão paz e ainda não as quero deixar de olhar.
Ai ansiedade, todos os dias andamos a combater,
Tu que não queres sair e eu que quero viver,
Todos os dias uso armas para me ver livre de ti,
Gastei a minha saúde para chegar até aqui,
E agora gasto o dinheiro enquanto pude trabalhar,
Para ter saúde e tu não me queres libertar.
Já sei que me vais deixar quando a terra me chamar,
Depois morremos os dois já não temos que lutar,
Nessa altura, já não há sofrimento tudo acabou,
Já não me queixo para o nada de onde nasci eu vou,
Vou ser derrotado por ti, foste mais forte ansiedade,
Já não sinto o coração, finalmente fico em plena liberdade.
Tavira, 20 de Junho de 2011-Estêvão
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