AQUELA ESTRELA

Aquela estrela

Vi uma estrela no além,

Pensei logo na minha mãe,

Que partiu há tanto tempo

É uma estrela reluzente,

Da minha vida ficou ausente,

E eu sempre me lamento.

A minha mãe é aquela estrela,

Cá de tão longe posso vê – la,

Vejo o seu brilho a piscar,

Dá – me vontade de ir buscá – la,

Para depois abraça –la,

Sendo impossível, mando um beijo voar.

Quando ando na noite escura,

Pela madrugada, na brandura,

Olho sempre para o céu,

Ela sabe que aqui estou,

Já não sei para onde vou,

Só sei que de mim não se perdeu.

Aquela estrela é peculiar,

É a minha mãe, sempre a brilhar,

Vai acenando para mim,

Os meus olhos choram de nostalgia,

Para os seus braços sempre corria,

E depois me falava assim:

És o meu amor meu pequenino,

És o meu lindo menino,

Das raízes do meu ser,

És a mais linda flor,

És a razão do meu amor,

Mesmo antes do teu nascer.

Aquela estrela é da eternidade,

Dela não sei a sua idade,

Só sei que dela eu sou um quinhão,

Sou um pedaço dela que se partiu,

Nunca da minha mente fugiu,

Saudosamente está dentro meu coração.

Tavira, 28 de Setembro de 2009 – Estêvão