Asa de borboleta

Envolta em distração,
Viajo pela imensidão de meus sonhos.
O vento acariciante me namora,
Sussurra em meus ouvidos o frescor,
Alivia o calor da hora,
Sugere poesia.

Fios de cabelo teimam sobre minha face,
Encobrem meus olhos,
Retalhando o quadro natural,
Tornando-o um quebra-cabeça montado.

Mesmo com a alma flutuante,
Meus olhos percebem o momento.
Pinto um quadro na memória:

Olho nuvens
E desenho meus desejos,
Um beija-flor cumpre seu destino,
Outro passarinho pousa num galho,
Uma folha seca cai rumo ao esquecimento,
O vento desarrumando a paisagem...

E eis que ela surge...
Pequena bailarina alada
Ondulante ao musicar do tempo:
Que belo bailar
Que belo bailar...

Frágil asa de borboleta,
Solta em liberdade,
Vem e cai
Nos braços da eternidade.