CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Biografia: Charles Baudelaire (1821-1867, poeta francês.

Charles Baudelaire (1821-1867)

Poeta francês. Famoso por suas Flores do mal, influenciou toda a poesia simbolista mundial e lançou as bases da poesia moderna.

Baudelaire marcou com sua presença as últimas décadas do século XIX, influenciando a poesia internacional de tendência simbolista. De sua maneira de ser originaram-se na França os poetas "malditos". De sua obra derivaram os procedimentos anticonvencionais de Rimbaud e Lautréamont, a musicalidade de Verlaine, o intelectualismo de Mallarmé, a ironia coloquial de Corbière e Laforgue.

Poeta e crítico francês, Charles-Pierre Baudelaire nasceu em Paris em 9 de abril de 1821. Desavenças com o padrasto forçaram-no a interromper seus estudos, iniciados em Lyon, para uma viagem à Índia, que interrompeu nas ilhas Maurício. Ao regressar, dissipou seus bens nos meios boêmios de Paris, onde conheceu a atriz Jeanne Duval, uma de suas musas. Outras seriam, depois, Mme. Sabatier e a atriz Marie Daubrun. Endividado, foi submetido a conselho judiciário pela família, que nomeou um tutor para controlar seus gastos. Baudelaire permaneceu sempre em conflito com esse tutor, Ancelle.

Acontecimento capital na vida do poeta é o processo a que foi submetido em 1857, ao publicar Les Fleurs du mal (As flores do mal). Além de condená-lo a uma multa por ultraje à moral e aos bons costumes, a justiça obrigou-o a retirar do volume seis poemas. Só a partir de 1911 apareceram edições completas da obra.

Mal compreendida por seus contemporâneos, apesar de elogiada por Victor Hugo, Teóphile Gautier, Gustave Flaubert e Théodore de Banville, a poesia de Baudelaire está marcada pela contradição. Revela, de um lado, o herdeiro do romantismo negro de Edgar Allan Poe e Gérard de Nerval, e de outro o poeta crítico que se opôs aos excessos sentimentais e retóricos do romantismo francês.

Uma nova estratégia da linguagem - Quase toda a crítica moderna concorda que Baudelaire inventou uma nova estratégia da linguagem. Erich Auerbach observou que sua poesia foi a primeira a incorporar a matéria da realidade grotesca à linguagem sublimada do romantismo. Nesse sentido Baudelaire criou a poesia moderna, concedendo a toda realidade o direito de ser submetida ao tratamento poético.

A atividade de Baudelaire se dividiu entre a poesia, a crítica literária e de arte e a tradução. Seu maior título são Les Fleurs du mal, cujos poemas mais antigos datam de 1841. Além da celeuma judicial, o livro despertou hostilidades na imprensa e foi julgado por muitos como um subproduto degenerado do romantismo.

Tanto Les Fleurs du mal como os Petits poèmes en prose (1868; Pequenos poemas em prosa), depois intitulados Le Spleen de Paris (1869) e publicados em revistas desde 1861, introduziram elementos novos na linguagem poética, fundindo o grotesco ao sublime e explorando as secretas analogias do universo. Para fixar a nova forma do poema em prosa, Baudelaire usou como modelo uma obra de Aloïsius Bertrand, Gaspard de la nuit (1842; Gaspar da noite), se bem tenha ampliado em muito suas possibilidades.

Crítica de arte e traduções - Baudelaire destacou-se desde cedo como crítico de arte. O Salon de 1845 (Salão de 1845) e o Salon de 1846 (Salão de 1846) datam do início de sua carreira. Seus escritos posteriores foram reunidos em dois volumes póstumos, com os títulos de L'Art romantique (1868; A arte romântica) e Curiosités esthétiques (1868; Curiosidades estéticas). Revelam a preocupação de Baudelaire de procurar uma razão determinante para a obra de arte e fundamentam assim um ideário estético coerente, embora fragmentário, e aberto às novas concepções.

Extensão da atividade crítica e criadora de Baudelaire foram suas traduções de Edgar Allan Poe. Dos ensaios críticos de Poe, sobretudo "The Poetic Principle" (1876; "O princípio poético"), Baudelaire tirou as diretrizes básicas de sua poética, voltada contra os excessos retóricos: a exclusão da poesia dos elementos de cunho narrativo; e a relação entre a intensidade e a brevidade das composições.

Ainda um outro Baudelaire é o revelado em suas obras especulativas e confessionais. É o caso de Les Paradis artificiels, opium et haschisch (1860; Os paraísos artificiais, ópio e haxixe), especulações sobre as plantas alucinógenas, parcialmente inspiradas nas Confessions of an English Opium-Eater (1822; Confissões de um comedor de ópio) de Thomas De Quincey; e de Journaux intimes (1909; Diários íntimos) -- que contém "Fusées" (notas escritas por volta de 1851) e "Mon coeur mis a nu" ("Meu coração desnudo") --, cuja primeira edição completa foi publicada em 1909. Tais escritos são o testamento espiritual do poeta, confissões íntimas e reflexões sobre assuntos diversos.

Quer pelo interesse inerente a sua grande poesia, quer pelos vislumbres que essas confissões propiciam, Baudelaire se destaca entre os poetas franceses mais estudados por ensaístas e críticos. Jean-Paul Sartre situou-o como protótipo de uma escolha existencial que teria repercussões no século XX, enquanto a crítica centrada nas relações históricas, como a de Walter Benjamin, dedicou-se a examinar sua consciência secreta de uma relação impossível com o mundo social.

Após uma existência das mais atribuladas, Baudelaire morreu de paralisia geral em Paris em 31 de agosto de 1867, quando mal começava a ser reconhecida sua influência duradoura sobre a evolução da poesia.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil

Submited by

domingo, agosto 21, 2011 - 23:44
No votes yet

AjAraujo

imagem de AjAraujo
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 6 anos 26 semanas
Membro desde: 10/29/2009
Conteúdos:
Pontos: 15584

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of AjAraujo

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Arquivo de textos Caminhar pela vida, correr do cigarro (Parte 4/4): Ensaio - O Tabaco e as Corridas 0 2.950 09/04/2011 - 15:27 Português
Poesia/Arquivo de textos Caminhar pela vida, correr do cigarro (Parte 3/4): Ensaio - O Tabaco e as Corridas 0 2.292 09/04/2011 - 15:23 Português
Poesia/Arquivo de textos Caminhar pela vida, correr do cigarro (Parte 2/4): Ensaio - O Tabaco e as Corridas 0 4.274 09/04/2011 - 15:18 Português
Poesia/Arquivo de textos Caminhar pela vida, correr do cigarro (Parte 1/4): Ensaio - O Tabaco e as Corridas 0 934 09/04/2011 - 15:14 Português
Poesia/Pensamentos Liberdade significa responsabilidade... - seleção de pensamentos (Bernard Shaw) 0 1.221 09/04/2011 - 13:06 Português
Poesia/Pensamentos Nós não paramos de brincar porque envelhecemos... - seleção de 20 pensamentos (Oliver Wendell Holmes) 0 2.036 09/04/2011 - 12:40 Português
Videos/Música Change of Heart (Olivia Newton-John & Jim Brickman) 0 3.496 09/04/2011 - 11:55 inglês
Videos/Música Angel Eyes (Jim Brickman) 0 3.042 09/04/2011 - 11:37 inglês
Videos/Música Never Alone (Jim Brickman) 0 2.374 09/04/2011 - 11:33 inglês
Videos/Música Grieg Piano Concerto, Mov.1-1 (Julia Fischer) 0 4.204 09/04/2011 - 02:32 inglês
Videos/Música Mendelssohn - Violin Concerto Opus 64 - 2 mvt. (Julia Fischer) 0 4.063 09/04/2011 - 02:22 inglês
Videos/Música Mendelssohn - Violin Concerto Opus 64. 1 mvt. (Julia Fischer) 0 4.673 09/04/2011 - 02:19 inglês
Poesia/Aforismo Ah, esses tempos esquizofrênicos 0 1.494 09/04/2011 - 01:54 Português
Poesia/Intervenção Deserto d´alma 0 606 09/04/2011 - 01:38 Português
Videos/Cinema La Lista de Schindler, de John Williams, en Chile (Itzhak Perlman & Orchestra Filarmonica de Praga) 0 8.122 09/04/2011 - 01:20 Espanhol
Videos/Música Vivaldi - The Four Seasons: Autumn (Itzhak Perlman) 0 2.498 09/04/2011 - 01:01 inglês
Videos/Música Vivaldi - The Four Seasons: Summer (Itzhak Perlman) 0 3.019 09/04/2011 - 00:55 inglês
Videos/Música Vivaldi - The Four Seasons: Winter (Itzhak Perlman) 0 2.931 09/04/2011 - 00:37 inglês
Videos/Música Vivaldi - The Four Seasons - Spring (Itzhak Perlman) 0 5.015 09/04/2011 - 00:16 inglês
Videos/Música Max Bruch - Violin Concerto in G Minor, Opus 26, 3rd mvt (Itzhak Perlman & Tokyo Symphony Orchestra) 0 3.892 09/04/2011 - 00:03 inglês
Videos/Música Max Bruch - Violin Concerto in G Minor, Opus 26, 2nd mvt (Itzhak Perlman & Tokyo Symphony Orchestra) 0 3.954 09/03/2011 - 23:23 inglês
Videos/Música Max Bruch - Violin Concerto in G Minor, Opus 26, 1st mvt (Itzhak Perlman & Tokyo Symphony Orchestra) 0 1.645 09/03/2011 - 23:13 Português
Poesia/Acrósticos Adversidade da Vida 0 1.033 09/03/2011 - 23:02 Português
Poesia/Meditação A tarde estava linda, mas a vida quase finda... 0 349 09/03/2011 - 22:43 Português
Poesia/Intervenção Efemeridade da Vida 0 736 09/03/2011 - 22:27 Português