A bruxa e o caldeirão

O que faz uma bruxa sem um caldeirão?
É como um rato sem um queijo na mão.
De tantos fatos e acasos ela ocorreu-se,
Faria um exclusivo, belo e unicamente seu.

Com um bom barro firme, e de pés no chão,
Lá se foi à bruxa com o seu novo caldeirão.
Numa casinha velha lá no meio do mato,
Foi fazer o feitiço que o homem vira sapo.

No meio de tão belas flores e de tantos bixos,
A bruxa vivia fazendo os seus novos feitiços.
Era de aranhas, de sapos, lagartixas e rãs,
Mas no frio não tinha nem uma blusa de lã.

A bruxa chorou, pois não sabia como fazer,
Uma blusa quentinha para ela se aquecer.
Recebeu em sua porta uma bela moça,
Com casado bonito e uma linda touca.

A bruxa pediu-lhe seu casaco de presente,
E disse que o queria em troca dos seus dentes.
A bela moça assustou-se, mas cedeu o pedido,
Deu a bruxa o seu casado com medo do perigo.

A bruxa agora tinha como se aquecer,
Foi até o caldeirão um presente fazer.
Pensou numa poção linda e sofisticada,
Para deixar a bela moça muito delicada.