CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Correndo para o abismo
Correndo pela cidade sem ter a mínima ideia de como parar ou voltar atrás. Foi assim que
começou a minha viagem surpreendente. Não sabia porque corria, mas ia cada vez mais rápido
e com menos tracção. Motos por todo o lado, lixo espalhado pelo chão, e até um tanque de
guerra pairava sobre um quintal, que antes tivera uma bela horta. Chocava com as pessoas que
passavam por mim: o merceeiro da esquina que usava um avental cheio de flores, a peixeira
ambulante, o vendedor de enganos, o profeta das ruas. Mas a velocidade aumentava cada vez
mais. Eu não mandava nos meus membros, nem na minha mente. Estava posto ali para correr sem
saber porquê. Sem ter tempo para parar e beber um café cremoso ou para respirar calmamente
a brisa junto ao miradouro. Corria, corria como nunca correra até então. A boca parecia
secar com sede, mas logo uma chuva copiosa se abateu sobre mim. Da pureza da chuva descobri
o aroma da água (amarga). Passaram muitos quilómetros, muitas avenidas, curvas e esquinas, muitas
pessoas com diferentes sentimentos. Mas ninguém corria como eu. Não era dia de maratona, não
era ladrão a fugir da polícia. Que era então? O futuro foi-se estreitando, o passado foi
pesando, acumulando-se nas falésias dos passos. Tudo terminou num ápice: Um subida íngreme,
duas pernas cansadas, um coração desolado... e uma coragem perdida. O fim da viagem para um
soldado inquieto. Mataste-me com o teu desprezo.
rainbowsky
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 3118 leituras
Add comment
other contents of rainbowsky
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Desilusão | Na dobra dos beijos | 4 | 3.664 | 03/13/2018 - 15:46 | Português | |
Poesia/Tristeza | Aquela outra lágrima | 11 | 4.026 | 03/10/2018 - 09:42 | Português | |
Poesia/Dedicado | Posso falar-te... | 4 | 2.530 | 03/08/2018 - 17:10 | Português | |
Fotos/Outros | Grito de melancolia | 1 | 5.346 | 03/08/2018 - 17:10 | Português | |
Poesia/Tristeza | Escreves ou não? | 5 | 2.872 | 03/08/2018 - 17:08 | Português | |
Poesia/Tristeza | Frieza | 3 | 3.033 | 02/27/2018 - 08:52 | Português | |
Poesia/Intervenção | Gestos relevantes | 1 | 2.610 | 01/30/2012 - 23:02 | Português | |
Poesia/Tristeza | Mais que uma viagem | 1 | 3.478 | 12/26/2011 - 23:44 | Português | |
Poesia/Desilusão | Volátil - Parte III de III | 2 | 2.548 | 12/22/2011 - 13:59 | Português | |
Poesia/Desilusão | Volátil - Parte II de III | 2 | 3.191 | 12/22/2011 - 13:41 | Português | |
Culinária/Bolos | TARTE DE MAÇÃ DO RAIN | 1 | 3.872 | 11/28/2011 - 00:34 | Português | |
Poesia/Desilusão | Volátil - Parte I de III | 8 | 2.708 | 11/23/2011 - 13:42 | Português | |
Poesia/Tristeza | Delírios | 1 | 2.827 | 11/08/2011 - 18:42 | Português | |
Poesia/Tristeza | A verdade chega | 3 | 3.502 | 11/01/2011 - 13:29 | Português | |
Poesia/Tristeza | A dimensão | 1 | 3.494 | 10/27/2011 - 20:31 | Português | |
Poesia/Tristeza | Formas difíceis | 3 | 3.617 | 10/25/2011 - 14:07 | Português | |
Poesia/Tristeza | Sanguessugas transversais | 0 | 3.344 | 09/01/2011 - 20:12 | Português | |
Poesia/Tristeza | No avesso da alma | 2 | 4.215 | 08/20/2011 - 22:27 | Português | |
Poesia/Tristeza | Luz fugitiva | 2 | 4.106 | 08/15/2011 - 20:35 | Português | |
Poesia/Tristeza | VIOLA ODORATA | 1 | 4.200 | 08/05/2011 - 23:23 | Português | |
Poesia/Pensamentos | Murmúrio e subtileza | 6 | 2.436 | 07/18/2011 - 18:44 | Português | |
Poesia/Tristeza | Sentimento | 2 | 3.459 | 07/10/2011 - 11:52 | Português | |
Poesia/Desilusão | Correndo para o abismo | 2 | 3.118 | 06/27/2011 - 23:52 | Português | |
Poesia/Meditação | O campo da alma | 4 | 4.059 | 06/14/2011 - 11:32 | Português | |
Poesia/Intervenção | Défice geométrico | 1 | 3.157 | 05/03/2011 - 21:49 | Português |
Comentários
Correndo sem olhar correndo
Correndo sem olhar
correndo sem destino
e caindo...
batendo aqui e ali nas esquinas da vida.
Fugindo das lembranças do passado
Encalhado no presente, que aos teus pés se abre.
A dor do amor desprezado.
Tinha tantas saudades tuas!
De te ler..
Beijos
Rainbowsky
Excelente prosa poética.
Beijo
Nanda