CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Cumpro com rigor a derrota
Será minha a minha vida ou roubada
A outros, às sombras, o destino que
Me é dado acreditar e me cabe por
Direito, cumpro com rigor a derrota,
Sigo o resto que a maré deixa de lodo e
Sargaço na areia assim os meus sapatos
E o musgo em carpete sob meus passos,
Que o não os sinto nem ligam meus pés
Ao sub-mundo que me consente apenas
Passadas pequenas em minúsculas, rústicas
Pernas, inútil vida de sombras eternas
Roubados os mortos, perpétuos e terrenos,
Será minha a minha vida ou é simples cinza
Doutras vidas e de quem já viveu e a
Água do meu lavatório, sangue e urina
Que Orpheu verteu no covil do Demor-
-Gorgon. Diz-se que depois de extinta
A cinza não gera fogo e a Acácia não
Floresce de novo em tom amarelo sem
Repousarem um inverno e as folhas, troncos
Nus e despidos, áridos como a minha paixão,
Ardido meu peito e a crença que não sou eu,
Nem me conheço, sendo minha a vida
Esta não me foi dada, sou um arremedo
De outras, idas numa sucessão de sombras
Tão sombrias quanto o escultor cego e surdo,
Que as talhou num panteão que não é meu,
Num poço profundo, longe dos crentes,
De todos e de tudo, não longe do “cu-do-céu”,
Cumpro com rigor a derrota espiritual, digo adeus,
Como cada homem que a vida deixa no caudal
Dum rio sem barca, num mar sem margem …
Joel Matos ( 05 Dezembro 2020)
http://joel-matos.blogspot.com
https://namastibet.wordpress.com
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 5588 leituras
Add comment
other contents of Joel
Tópico | Título | Respostas | Views |
Last Post![]() |
Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Ministério da Poesia/Aforismo | palabras | 0 | 10.463 | 11/19/2010 - 19:13 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | A matilha | 0 | 8.590 | 11/19/2010 - 19:13 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | ao fim e ao cabo | 0 | 7.124 | 11/19/2010 - 19:13 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | o bosque encoberto | 0 | 7.714 | 11/19/2010 - 19:13 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | nem teu rubor quero | 0 | 7.068 | 11/19/2010 - 19:13 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | em nome d'Ele | 0 | 8.555 | 11/19/2010 - 19:13 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Troia | 0 | 9.056 | 11/19/2010 - 19:13 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | desabafo | 0 | 10.119 | 11/19/2010 - 19:13 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Inquilino | 0 | 13.156 | 11/19/2010 - 19:13 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | Pietra | 0 | 13.022 | 11/19/2010 - 19:13 | Português | |
Ministério da Poesia/Aforismo | não cesso | 0 | 9.198 | 11/19/2010 - 19:13 | Português |
Comentários
obrigado pela leitura e pela partilha
obrigado pela leitura e pela partilha