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Défice geométrico
Tubérculo surge.
A planta do lábio evasivo
na pofundidade da terra
debaixo da pele -
preciso,
fixa-se.
No perímetro de um grito
o despiste das palavras,
a folhagm que berra,
o vidro que corta a medula
onde ainda me travas.
Um pomar de ilusões,
rios de flores
assombradas pela sede,
o perfume das searas
ofuscadas
e o pólen carbonizado
na dormência interna
da fecundação.
Cai centeio sobre os ombros
varridos pela soberba
dos "importantes".
Não chegam cartas felizes
que me falem sobre o crescente,
a água morna e não fervente,
em sal misturado de esperança.
O pão é travesso,
a fome afunila o sorriso
a noite teima em ser demónio
na manteiga que derrete.
Lacrado é o sistema,
o quarto indiviso de uma maçã
presa ao ramo
que não descola o barco
da semente envenenada.
De amor também não falo,
porque me devora uma paixão
incontrolável
surda
inquieta,
oculta.
e sobejamente solitária
que não posso revelar.
Na curva do mundo
traço linhas rectas moribundas
com o desejo (sofrível)
de que um dia
ambas as raízes frágeis
se cruzem
e se tornem profundas.
Quero o diâmetro.
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Comentários
gostei e muito!
Uma poesia,
Onde abordas tudo aquilo, um pouco te assombra.
Falas da vida , de ti, de amor, de Dor.
Gosto muito deste poema,
Há muito que não lia um poema teu tão bonito.
beijos