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A Dança Dos Ossos
Descarnam-se os corpos,
ao súbito,
por iras dos vendavais dançantes,
expurgados esqueletos,
brunidos à lágrima lunar.
Destarte,
níveo folclore viandante,
que se cria,
e,
do fusco iníquo,
em servil matéria esfolada,
flamejada,
por dança dos ossos.
Aprisionados na orla,
do burlesco,
em frescos excipientes,
áditos nas praias consagradas.
Plumas floresciam,
ao circundo,
como leito vital,
do cêntrico.
Papiros ressuscitavam,
por colorização amena,
da escuridade,
em perfumes plumbagináceos,
invocada minerva.
Lanças voltaram-se,
e revoltaram-se,
por íntimos dispersos,
e,
inscreveram cernes às areias,
impelidas trindades oníricas.
Da poética,
da erótica,
da opiácea,
elevadas ao cachimbo da harmonia.
Dualidades do espírito,
às vértebras,
em transe do género,
marouços do fálico fértil,
e,
vaus do vaginal incutido.
Indómitas impressões vivas,
de fluxos ao tutano,
porque o vulgo padeceu,
e,
a crepitação do estorvo,
é antes do agora.
Excedia-se a unidade,
medida do ente,
ao transbordo.
Sinfónico exuberante,
por marejada tíbia,
pastoril rumo,
em articulados toques,
ao desvario,
por frequências indivisíveis,
clamadas proliferações,
de pluralidades retidas,
derretidas no vivaz.
Porque as criaturas se recriam.
© BM Resende
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Poesia :
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Comentários
Re: A Dança Dos Ossos
Descarnação poética
num vendaval espectacular!!!
Abraço
:-)
Re: A Dança Dos Ossos
É um desafio ler-te :-)
Muito bom
Abraço
Re: A Dança Dos Ossos
Obrigado pelo comentário jopeman, na minha óptica considero que a poesia deve ser um desafio, à cognição e à sensibilidade, tanto de um lado como de outro, entendo que, a existir tais componentes, o espírito se eleva a um patamar de percepções não perceptíveis na maioria do tempo em que estamos, digamos, "acordados"...
Abraço.