Do Outro Lado

Do Outro Lado

Fiquei desligado da realidade
Trajei um imprudente pensionista reformado
Como refúgio de minha sanidade
Experimentei o teor actual da chibata
Durma! Que eu moro no teu pesadelo
Venha ver como está o novo reino
O que fizeram com tua casa
Nas paredes ásperas já não há mais marcas
Relutante tempo parasita
Consome todos os nossos sonhos
Segura-a, Sinta a dor...
Despida no jornal visionário do mundo
Estampada na primeira página
Ame a mulher que te apoia
Não a deixe regar eternamente com lágrimas
o jardim dos fetos
Prospere junto a tua família
Porque aqui não há vida verdadeira
Já me enterrei nesta terra
Morrendo no mar morto
E a solidão torna-se maior ao parar o coração
Vá lentamente em direcção ao vento
Para que ela não sinta teu cheiro
Coberto de razão, colhendo flores nos embriões
Eliminando seres frágeis na escuridão
Perplexa de armadilhas fatais
Boa viagem e espero que sejas feliz,
A cada segundo da tua vida
Vá! Ande lentamente, irmão
Passe o portal sorrindo
Que eu engano a morte