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Edson e o Calabouço
Mataram, há cinquenta anos, os sonhos que insistiam no Calabouço.
Dura, fascista sentença que a gente do burgo proferiu,
após marchar para Deus.
Dura e fascista sentença contra um jovem que pecou
pela ingenuidade de acreditar e de sonhar outro País.
Dura sentença nazista que tal como zumbi do Mundo terceiro
ainda vive entre os covardes. Ainda vive entre os hipócritas,
sempre prontos a trocar a independência
pelas migalhas que a Elite lhes atira.
Ainda vive entre a canalha falsa moralista
que prega a modernidade que a televisão lhes ensina,
mas que não se cansa de urrar pelos esquadrões da morte
pelo chicote das Forças que conduza a sua mediocridade
e pelas sórdidas oportunidades de explorar o próximo.
Dura sentença nazi-fascista, Edson Luis.
Ainda ecoa o teu grito. E o grito de tantos.
Ainda horroriza, aos homens de bem, a maldade humana
e ainda vige o pavor de sabê-la pronta para atacar novamente.
Ainda doem as torturas, o desespero e a vida perdida.
Mas ainda ecoa, jovem Edson, que poderia ser meu filho,
a tua coragem e o teu amor a um Brasil de verdade.
Descanse em Paz.
Homenagem pouca ao estudante secundário Edson Luis de Lima Souto, assassinado pela Ditadura Burguesa - Militar, em 28 de Março de 1968, no restaurante estudantil chamado "Calabouço", na cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
Homenagem pouca a todos (as) que tombaram vitimas da Ditadura Burguesa - Militar.
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