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Era uma vez uma velha!

ERA UMA VEZ UMA VELHA

Era uma vez
Uma velha
Tão velha
De verdade
Que nem
O Matusalém
Tinha tanta
Idade.
E a velha
Que era
Tão velha
Tinha um cão,
Aliás uma cadela,
Que era tão velha
Quanto ela
Era velha.

Todas as manhãs
Com chuva
Vento, sol
Ou sombra
A velha
Arrastava-se
A ela
E à cadela
Que era
Tão velha
Quanto ela.

Vivia,
Se dizia,
De amores
Tão velhos
Como velhos
Eram os amores
Da cadela
Quando a velha
Passava
Com a velha
Cadela
Que com ela
Se arrastava
Das bocas
Se ouvia
Enquanto
Se sorria
Que a velha
Além de velha
Era bruxa.

Tudo isto
A sussurrar
Para a velha
Não ouvir
Não fosse
A velha
Agourar.
Um dia
Numa manhã
Fria e sombria
Encontraram a velha
Encostada ao chafariz.

Fenecia.
E a cadela
Que era
Tão velha
Quanto ela
Ao seu lado
Também morria.
De velhos,
Se dizia.
Mas para mim
Morriam sim
Da solidão
Em que viviam
Ela e a cadela
Que era tão velha
Quanto ela,
Bem longe
Da multidão
Disforme e bruta
Que se assusta
Por existir
Uma velha
Tão velha
De verdade
Que nem
O Matusalém
Tinha tanta idade.
E eu
Olhando
Aquele corpo
Franzino,
Aquela
Pele enrugada
Berrava
Comigo mesmo
Que era um asno
Chapado
Porque nunca
Lhe estendi a mão
Nem festas
Fiz ao cão
Que aliás
Era cadela
E era tão velha
Quanto ela.

Também foi
Numa manhã
Fria e sombria
Que o corpo
Velho e trôpego
Como trôpego
Era o corpo
Da cadela
Desceu
À terra mãe.
Ela e a cadela.
Também um pouco
De mim desceu
À terra com ela!

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segunda-feira, julho 29, 2013 - 15:29

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EzequielFrancisco

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