Exato amor...

Exato amor...

Antes de começar, vou tentar explicar o que vai acontecer aqui. Uma louca história de amor...
Mas que amor louco é esse...
Bem amar é sempre uma loucura...
Aventuras, amores Paixões...
O homem ama?
E a mulher ama?

Amar...!
Mas amar o que... A quem se dedica... Que amor louco é esse?

Bem, vamos avaliar o sublime sentimento...

Integrado na alma de cada ser da história...

Chega de enrolar... E vamos ver...

O A M O R

(música do Renato Russo – É só o amor... É só o amor... Que conhece o que é verdade...).

“A alma não tem idade, não tem sexo, nem limita pensamentos”.
O pudor da alma convém de suas infinitas experiências
Homem, mulher... Não importa, o importante é estar vivo e poder contar histórias, poder fantasiar que tudo é possível.
O melhor é acreditar na possibilidade da concretização do sonho...
O que é a alma se não fato do sonho...
A alma de cada ser é a realização de Deus
A alma pensa...
Logo existe
Deus determina...
Logo existe...”“.

Mas e o amor...

A mulher fala de amor... O homem fala de sexo...

Será que é mesmo assim?

Será não é ao contrário...?

Gente...

Vocês já viram o olhar de uma mulher apaixonada... É claro que já viram... Que mulher presente aqui nunca olhou no espelho, viu a expressão do próprio olhar enquanto pensava no amor da sua vida...
Até mesmo na hora de passar batom... Escolher o brinco... Tem alguma mulher aqui sem brinco...?

Ah! O amor...
Quem não quer amar...
Todos esquecemos

Amar é sofrer...

“Lá no fundo”.

Quando olho lá no fundo...
Pra dentro do teu mundo
E vejo que está tudo muito sem lugar
Perco – me em tua mente
Mas parece um labirinto
Reflete o que sinto
Quanto estou longe de ti
Não
Eu não posso me afastar
É loucura sem você
E a falta do teu ser
Vem, me deixa inconseqüente.
Quando olho lá no fundo
Fico sem explicação
Fica uma imperfeição
Na existência de nós dois
Vou, me perco intensamente,
Mas parece um labirinto
Que é você
Calado e grito
E nem sei o que dizer
Eu não posso me afastar
É loucura sem você
E a falta do teu ser
Vem, me deixa inconsequente...
Quando olho lá no fundo
Pra dentro do teu mundo
Fico sem explicação
Fica uma imperfeição
Na existência de nós dois.

_ Bem... Meu nome é Anna

Com dois “ns” ta gente... (num tom de vaidade.).

Vou contar um trecho da minha história...
Se a memória não me falha... Foi ele que me olhou primeiro...
Ah! Mas é claro que foi ele...
O Otávio... Foi o cara que eu saí na semana passada...
Pensei que fosse pra sempre...
Mas... Não deu em nada...
Gente... Onde foi que eu errei...
Será que foi a cor do espartilho...
Bom deixa os detalhes pra lá...

Pra começar... Fui a uma festa... E conheci o Otávio... Bonito, envolvente...
Do tipo... Galã inteligente...
Gente foi ele que me olhou...
Eu fui observada, paquerada...
É claro que eu não ia deixar de corresponder.
_Podemos conversar, estou atrapalhando...?
_NÃO, não está... Você é daqui mesmo... ?
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Gente... Se galanteio é uma arma...
Salvem-me porque eu não tenho escudos...

Sou mesmo assim tonta demais...

Ele chegou como quem não quisesse nada...
Tratou-me como fada e roubou minha paz...
Isso não devia mais acontecer comigo, aos 30 anos... Já devia saber... Devia realmente ter aprendido.
Mas quem diz... Alguém aqui se coloca a me julgar...
Quem nunca foi levada por um olhar sedutor...

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_Sou Clarissa...

_Não, não é Clarisse... É Clarissa... Com a.
Mas que mania dessa gente...
Bem comigo a história é outra...
Tenho um casamento fosco...
Sabe aqueles casamentos...
Que se comparece uma vez por mês...
Beijinho na testa...
Pois é...
Esse mesmo...
Creio que aqui ninguém saiba o que é isso, mas já ouviu falar DE UM PRIMO, UM VIZINHO...
BEM VAMOS DIRETO AO PONTO...
QUER DIZER AO ENCONTRO...

Fomos ao jantar de um amigo do trabalho do meu marido...
E por pleno acaso... O cara já foi meu cacho...

_Eu acho que te conheço...
_Não estou lembrada...
_Você não é a Clara, Clarisse?
_Não meu nome é Clarissa... Com A. de certo não sou eu a Clara... Clarisse... Porque se fosse lembraria... Não gosto que errem meu nome...

Meu Deus! Eu cheguei a deixar meu marido sem graça...

Mas o problema é o seguinte... O meu marido foi ao banheiro.

Ele veio com um papo mole...
Daquele que quando a gente ta afim...
Engole...

E a história não podia ser outra...
Foi tanto beijo na boca...

E meu marido...
Ah! Ele nem se deu conta...
Não ta nem ai...

Sabe ele deve pensar que sou irmã... Mãe dele

À noite ele deita em meu peito e dorme feito criança...
Acho que não fez isso quando era filho da mãe...

Bem filho da mãe ele ainda é...
Até que sou sua mulher ele esquece...
Ninguém merece...!

Ta ficando maluco... Caduco... Sei lá...
Quer saber... Estou pouco me lixando...
Essas histórias sempre acontecem...

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E mesmo a mulher quem ama?
O homem só pensa em cama?
Ou vice e versa... Bem vamos ao que interessa...

(um bêbado)

“Quem nunca amou! Ou foi amado...? Quem nunca pensou... Como seria bom... Estar agora ao seu lado...”.

(todos pararam – estátuas na praça.).

Pensamentos se concretizam nesse momento...
Imagens diluídas retornam... Vivenciam momentos já quase esquecidos...

São tantos naquela praça... Lembranças entrelaçadas...

Anna vê seu amor...
O que roubara a sua paz...
Mas quem levou a paz de Anna...

Bem... Vamos deixar de romantismo, na verdade foram tantos que roubaram a sua paz... Um em cada momento...
E Anna... Bem... Anna ficou horas... Perdida naquela praça porque descobriu...

Deus... Eu nunca amei... Foi engano... Um grande engano... Eu nunca quis exatamente alguém... Estou até arrepiada... Se tivesse mesmo amado, saberia certamente em quem pensar agora, de certo não teria esquecido o olhar intenso do meu único e verdadeiro amor... O que realmente tivesse levado a minha paz...

Ah! Mas espera um momento...
Sim eu me lembro...
Lembro de um olhar profundo, fugindo do mundo, se perdendo em desejos... Alucinando em pensar nos beijos... Entrando num mundo de DEUS.
Um olhar que perdeu o juízo, em busca do paraíso... Queimando em brasa ao passar batom antes de sair de casa...
Gente que coisa louca...
Esse olhar desejava minha boca...

É do meu olhar que não esqueço...
Era sempre o meu olhar que eu queria...
E guardei na noite vazia
No íntimo do meu ser...
Era o meu corpo que eu buscava...
Minha alma que eu desejava...
Minha mente de mulher...

Homem... Homem nenhum levou meu olhar...
E quer saber... Sinto-me feliz...
Cara... Eu me amo! Como eu me amo...!
Ah! O amor é fato...
Existe... Eu posso sentir...
Ah! O amor...

CANSEI

Não vou mais me olhar no espelho
E nem me dar conselho.

Eu não quero te ouvir
Nem tentar te entender
Pra te fazer feliz.

Eu já cansei
De me procurar no teu olhar
De tentar chamar tua atenção

De fingir acreditar
Que amor é solidão

Eu já cansei
De andar sem direção
Levado pelas tuas mãos.
Sem tentar realizar
O que está no coração
Eu já cansei
De sofrer por te esperar
Fazer-me acreditar
Que nada foi em vão.

Não vou mais me olhar no espelho
E nem me dar conselho
Não vou mais desistir
De acontecer
Vou me fazer feliz.

(fala de Clarissa)

_Isso é pra mim...
Claro que é... Não poderia ser pra mais ninguém...
Bom, talvez fosse fazer os vizinhos e demais primos... Que claro, não estão presentes... A pensar um pouco...
Vou me separar... Quero a minha liberdade...

E muitos outros e outras seguiram seus rumos pala ruas da cidade...

O bêbado... Que loucura ninguém dá mesmo atenção pra conversa de bebum...
Ou será que deram atenção...
Pelo sim, pelo não...
Muitos olhares se perderam naquela tarde.
Muitos se encheram de esperança...
Mas e os homens... Não têm lembrança...?

Ah! Os homens...!

Homens também sentem... A diferença é que mentem...

(fala de Otávio)
_estava numa festa, quando avistei Anna... Tentei buscar lhe o olhar... Fui correspondido... Então me aproximei...
Bem, se eu não fosse não me apresentaria...
Fui direto e marcamos um encontro...
Mais um momento inesquecível da minha vida...
Que mulher incrível... Decidida...
Elas nos envolvem e tomam conta com seus olhares treinados. Perigosas... Altamente venenosas... O corpo da mulher é uma arma... Tentar fugir é carma.
Mas não me iludo.
Dizem-se apaixonadas...
Mas sabemos que no fundo vivem nos seus próprios mundos. Sempre desejando o amor... Querem ser o sabor de nossas vidas...

Se o corpo da mulher é uma arma... Desviar é meu escudo...
Eu seduzo e saio surdo e mudo...

DEIXA

Melhor assim amizade é que
Não pode terminar onde estiver
Poderei te ajudar lindos momentos
Ainda podem acontecer nas nossas vidas
Não tente desfazer
O que ainda existe
Não crie ilusão
Onde não há sentimento...Há solidão...

Amaro...
(fala do ex de Clarissa.).
_Tudo a ver...
Clarissa é mais que uma amiga...
Chamou-me de moreco a vida toda...
De repente tudo mudou...
Ela começou a botar sal no meu café...
Se é que me entendem
Conselho meu... Deixem sempre o casamento pra depois... Contentei me com o casamento
Não era dos melhores, mas era um casamento...
Sinto falta das reclamações de Clarissa...
Lembro que à noite eu deitava no peito dela e sonhava entre o perfume dos seus cabelos...
Deve ter sido carência...
Como eu agüentei Clarissa roncando alto do meu lado por tantos anos...
Realmente deve ter sido carência...
Porque mulher é o que não falta...
Mas Clarissa não era só mulher...
Tinha um ar de mulher menina...
Sabia a medida de ser amiga, amante...
Mas me deu um pé...
Doeu...
Mas estou bem... Sem contar a traição...
Vocês não acreditariam...
Aquela ingrata dormiu com meu amigo...
Não me diga que alguém aqui já sabia dessa história...
E eu que demorei pra acreditar...
É...
Eh vidinha...!
O corno aqui sou eu mesmo...
Tinha que ser sempre o último...

(O bêbado gritando na praça...)

Poesia: O casamento.

O nosso ser que se encontra e não separa
A nossa essência está contida
Juntos, dispostos, tão impostos,
Animação
E a crença da nascença
Em diversão
Euforia e prazeria,
Paraíso,
Que já não reconhece o indeciso
Contendo todo encanto num sorriso
Que são bordados no zelar de amor maior

E vão se as pedras vão se abismos
E lamentos
No encontro de fios que unidos
Criam caminhos pelos acontecimentos
No encanto do porvir estabelecido

O amor quando carece de existir
Na resistência
Na paixão sem desmazelo
Fincando o fato a intenção de se unir
Dizimando a solidão e o desatento

Pelo encontro pelo encanto
Amor de Deus
Junção de eus
O casamento...

O CASAMENTO

Nosso ser não se encontra, nem separa.
Nossa essência está perdida
São opostos tão impostos
Alusão
Há presença sem sentença
Frustração
Alegria e agonia...
Tal sorriso...
Que já não se reconhece submisso...
Quebrando todo encanto e o paraíso...
Que são criados no altar do amor maior

Surgem pedras, surgem abismos...
E lamentos
No encontro dos espelhos invertidos
Brotam espinhos, pelos acontecimentos...
No encontro dos projetos desunidos...

O amor, quando acontece competir...
Vai a falência...
Solidão e desespero...
Quebrando o ato, a intenção de se unir...
Acrescentando na canção o desalento

Pelo encontro de confronto...
Amor sem Deus...
Falta dos eus...
O casamento...

(O bêbado se cala)

A fala do espelho...

- Hei, não vai agora;
Olha pra mim,
Por que me ignora... Está com vergonha?
Reconheça que errou...
Olha aqui bem no fundo dos olhos...
E diga que me odeia nesse momento, mas não deixa de olhar,
Em tudo ninguém mandou você acreditar,
Ninguém além da tua própria vontade mandou você acreditar
Agora vem aqui...
Mas é pra vir mesmo com toda força...
Encara os enganos...
Tira os tais tecidos que envolvem a falsidade criada nesse sorriso
O que é...?
Vai enganar a quem?
Que você está indo agora, feliz pra esse mundinho de contos desnecessários...
Então vai...
Deixa de lado teus pensamentos, tem hora que a gente precisa mesmo do auto – esquecimento. Tudo bem isso também é interessante...
Mas quando a ficha cair não venha me quebrar ok...

E foi no exato momento que cada um entrou dentro de si...
E descobriu o amor...
O amor verdadeiro...
Íntimo, inteiro...
Que ultrapassava os limites da razão...
Como o amor de Anna...
Quem aqui não se ama...

Vou te dar um conselho...
Se olhe agora no espelho.
E veja o brilho do seu olhar...
Olhe pra si
Sem medo de errar...
Que por mais que não se mereça...
Não há no mundo quem melhor te conheça...
Ninguém sabe como melhor
Curar a própria ferida...
Vá... Seja feliz...
Seja seu próprio amor...
Seu próprio amigo...
Para o resto da sua vida!