CONCURSOS:
Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia? Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.
Exaustão
Nesta prisão material que adoece,
à cadeira laranja em que me assento,
como água em rocha esculpe um monumento
também microorganismos se intumescem:
Começam se ajuntando como um traço
e esguia, uma protuberância cresce,
vista através dos óculos parece
outra doença a carcomer meu braço!
Coça-me a pele! Droga! Agora é tarde!
Proliferando pela minha matéria
uma sociedade de bactéria
mais do tormento cuida do que me arde!...
Estico o braço para cima. O dedo
esguelha a luz: do leve sombreamento
o tamanho do inchaço, ver, eu tento,
e o que avisto, contudo, incita um medo:
a sensação febril na pele irrita
e a máxima prisão se queima em tédio!
Levanto, vou cuidar de algum remédio
mas nenhum há que expulse o parasita!
Rolo na cama! E em volta algumas tralhas
De luto a sepultar mais um, parecem.
Minha matéria tumular aquece
E o cobertor sobre ela é uma mortalha!
Translúcido e já cinza o céu, ao norte,
na manhã que se ascende, já observa;
e observam, também, presos nas ervas
os orvalhos puríssimos, a Morte:
última estrela a se esconder no breu
que há na luz: este clarão do dia.
– Quisera, Deus, que eu fosse uma energia,
mas esta bactéria é mais do que eu!
---
Osvaldo Fernandes
Submited by
Poesia :
- Se logue para poder enviar comentários
- 733 leituras
other contents of Nyrleon
Tópico | Título | Respostas | Views | Last Post | Língua | |
---|---|---|---|---|---|---|
Poesia/Soneto | Século Infecundo | 1 | 1.751 | 09/03/2020 - 16:11 | Português | |
Poesia/Amor | Platonismo | 0 | 1.257 | 09/03/2020 - 09:40 | Português | |
Prosas/Romance | Como Éramos | 0 | 2.623 | 09/03/2020 - 08:52 | Português | |
Prosas/Outros | Testamento | 0 | 2.847 | 09/16/2018 - 01:34 | Português | |
Poesia/Amor | O Meu Encanto | 0 | 2.625 | 09/16/2018 - 00:41 | Português | |
Poesia/Soneto | Céu | 0 | 2.274 | 08/25/2018 - 22:02 | Português | |
Poesia/Soneto | Momento | 2 | 2.468 | 08/20/2018 - 11:13 | Português | |
Poesia/Geral | No Tempo, No Vento | 0 | 2.012 | 08/02/2018 - 01:54 | Português | |
Poesia/Soneto | É Tempo | 0 | 2.104 | 08/01/2018 - 17:32 | Português | |
Poesia/Soneto | Única Sorte | 0 | 2.117 | 08/01/2018 - 17:18 | Português | |
Poesia/Soneto | Da Natureza da Vida | 1 | 2.645 | 02/27/2018 - 09:13 | Português | |
Poesia/Soneto | Desta Mudez Infinda | 2 | 3.526 | 11/14/2014 - 15:33 | Português | |
Poesia/Soneto | Um Único Abraço | 0 | 2.055 | 11/14/2014 - 15:30 | Português | |
Poesia/Geral | Na Capa do Incapaz | 0 | 2.186 | 11/14/2014 - 15:21 | Português | |
Poesia/Geral | Peso da Luz | 0 | 2.809 | 03/13/2014 - 18:00 | Português | |
Poesia/Meditação | Meu Sorriso | 0 | 1.911 | 07/04/2013 - 14:19 | Português | |
Poesia/Meditação | Supernovas | 0 | 2.334 | 07/04/2013 - 14:16 | Português | |
Poesia/Tristeza | Minha Condição | 0 | 2.473 | 07/04/2013 - 14:07 | Português | |
Poesia/Geral | Resta Um Homem Morto | 0 | 2.285 | 11/02/2012 - 03:13 | Português | |
Poesia/Amor | Do Novo Brilho | 4 | 2.900 | 11/02/2012 - 03:08 | Português | |
Poesia/Geral | Armário | 0 | 2.142 | 11/02/2012 - 03:06 | Português | |
Poesia/Geral | Low Cura | 0 | 2.659 | 11/02/2012 - 03:01 | Português | |
Poesia/Soneto | A Entidade | 1 | 2.940 | 07/20/2012 - 14:56 | Português | |
Poesia/Soneto | Da Natureza da Vida | 0 | 2.381 | 07/20/2012 - 04:23 | Português | |
Poesia/Soneto | Das Sensações | 0 | 2.164 | 07/20/2012 - 04:19 | Português |
Add comment