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Expoente hino do desterro…sou
Sou flor de Janeiro
Desabrochada e murcha
Prestes a desterrar
Vista sombra fugitiva sem parar
Terra tenebrosa e sombria, sou
Sou mar de miséria e agonia
Sou escuridão, sou confusão
Na própria luz que é sombra
Sou suspensa bola de sabão
Sou santa, verdadeira e fingida
Circunda de mil fontes, mil rios
Mil mares de palavras que jazem
Por terra corcunda nas ruas da amargura
Sou ilha parida na selva densa
Sou cruzada pregação, sou canção
Neste coro de lamentos sou vil
Em golpes de caneta sou de tormentos mil.
Funchal, 23 de Janeiro de 2010
Maria Luzia Fronteira
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Poesia :
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Manuelaabreu
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Comentários
Re: Expoente hino do desterro…sou
Manuela, querida,
Que lindo poema tu nos trazes hoje!
O poeta transforma a escuridão em luz aos golpes de caneta... transforma agonia em beleza ao golpear as folhas de papel... advindas de árvores... da vida...
Ao escrever, exorcizamos nossas sombras, escuridões e vemos surgir a claridade, a beleza, na poesia.
Um beijo grande.
Re: Expoente hino do desterro…sou
Manu,
Por momentos podemos ser esta flor de Janeiro que é murcha, sombra fugitiva, quando enfrentamos difíceis situações na vida...
No entanto, existem flores de Maio, belas e sorrateiras que nos convidam a viver e sentir a vida por inteiro...
Que as flores de Maio possam sempre renovar as nossas flores de Janeiro...
Bj na alma