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Fôlego
Nada fui
Sou ninguém
Nunca pretendi ser
Prezo pelo benefício da vontade
E não mais quero saber
Deixarei as perguntas ficarem no ar suspensas
Sem razão, sem trégua, sem deixar de existir
Amortecidas em reticências
Amontoadas em suas deficiências
Petrificadas em suas irrelevâncias
Agora elas me contemplarão à distância
Fora de alcance, como, antes, fazia, eu
Assim, despretenciosamente
Desprendido do tempo, madrugado
Numa peculiar manhã de céu azul e sol resplandecente
Olharei pra cima e cegarei a espreguiçar
Expurgar, esquecer, enxergar
Tomar meus sonhos em abraços
Na liberdade de outros ares
Sem medo de sentir medo, sentirei
Como as árvores sentem os ventos
Sem medo de consentir, consentirei
Em perspectiva iminente, revendo
A beleza transparente das coisas
Tão nobres e tão encantadoras
Tão claras e tão belas quanto reais
Vislumbrando a mansidão do firmamento
Extasiado de volição e vazio de pensamentos
Descansarei meu olhar evasivo num sorriso ameno
Convencido de que vivera pouco, embora, bastante
Suficiente pra saber que viver é bom
Melhor do que tudo que tenho feito
Nada transpõe a essência de estar vivo...
Seria
Uma reviravolta
Um ponto sem volta
Uma estação no meio de eras
Uma reverência para a despedida
Um presente único e plausível
Única descoberta
Unívoco...
Viver é autofagia!
Feitio que, por si, se prontifica
O instinto voraz de vitalidade instiga
Extingue-se o alimento ao se extinguir o instinto
Vegeta, faminto, o indivíduo a racionalizar o indefinível
E a vida, raquítica, pede, clama, reclama, chora, implora, se arrasta...
Persiste!
Virtuoso e elevado é o inestimável valor da vida
Não tem culpa nem justificativa
Não tem perdão nem arrependimento
Não tem recompensa nem merecimento
Não tem angustia e não tem tormento
Tenho que viver...
Preciso viver e logo mesmo que breve
Pois tanto faz que tanto faça
Da vida, nenhum porquê se leva
E eu, malicioso e quase certo, desconfio
Que felicidade seja, simplesmente, a própria vida.
Viverei...
Resquício que seja de significante
Indiferentemente à custo e benefício
Neste ínfimo lapso de infinidade concedido
Qualquer pouco que não se pague com a própria vida
Qualquer surto tênue de sabedoria obsoleta adquirida
Qualquer razão, paixão, desventura enganosa descrida
Qualquer poesia ludibriosa de escrita bem polida
Qualquer rabisco, pintura, imagem turva, rastro de tinta
Qualquer mau traçado risco de vida...
Poema publicado recentemente no meu primeiro livro pela WAF chamado IMPRESSÕES. Também encontrado juntamente com outros no meu blog
http://carlinhoscavalcanti.blogspot.com/
Obrigado à todos
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Comentários
Re: Fôlego
gostei de ler mas essas palavras
Sem medo de sentir medo, sentirei
Como as árvores sentem os ventos
Sem medo de consentir, consentirei
foram que mais chamaram minha atenção. Parabéns pelo poema!
Re: Fôlego
Deixarei as perguntas ficarem no ar suspensas
Sem razão, sem trégua, sem deixar de existir...
O inestimável valor da vida aqui relatada!!!
:-)
Re: Fôlego
LINDO POEMA, GOSTEI MUITO, TIVE FÔLEGO PARA LÊ-LO DE PRINCIPIO AO FIM, ASSIM COMO TIVESTE FÔLEGO PARA ESCREVÊ-LO, DEU UM BELO RESULTADO, ACONTECENDO ESTE LINDO TEXTO!
Meus parabéns,
Marne