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Flor

Quando a flor é uma flor
E não há nada o que dizer sobre ela
A gente senta de frente
E contempla:
O tempo que passa e te deixa
O vento que sopra e a pende
A estação que a nasce
O instante somente

Não quero dormir
A flor pode não aparecer
Em mim na noite

A erva daninha diz que me ama
Que me acolhe
Mas na verdade me finda lento
Natureza sombria
Que quer sombra em minha natureza
Erva não minha

O regador é uma arma
Que arma sobre mim
Que sou a flor também
Que tenho que florescer
Para preencher o jardim
Que orna a vida tola
Do humano que me água

Me água e diz que me ama
Mas isso não tem importância
Porque floresço mesmo sem saber o que é amor
Porque mesmo antes do amor
Eu já era flor
Já florescia

Já nascia
Mesmo sem jardim
Mesmo sem odor
Sem estações do ano
Sem qualquer utopia

O orvalho é oportunista
Deita frio em meu colo
Ganha forma em minha forma
Forma um manto prata
Que não me aquece

Sou cercada de oportunistas

O inseto quer meu mel
Meu pólen
O tempo quer meu verde
Minhas pétalas
A utopia da minha beleza
O vento precisa do meu odor para ser percebido
A certeza do amor se dá em minha forma

O amor me quer mal ou bem me quer
Me quer aos pedaços
Despetalada pelo desejo de outra flor que não eu
Depois me deixa só
Só um caule verde morte de espinhos
Todos pontiagudos que só ferem a mim

Ligação entre amores fabricados pela história
Um buquê que arranca suspiros
E desejos de eternidade
O meu coletivo produto
Vermelho de volume e perfume
Eu despedaçado sobre o leito
Morto pelo amor

Eu sou a flor do jardim

Carregada de utopias
Cercada de oportunistas
Resistente ao tempo que insiste
Em me ver morrer e nascer
Florescer
E encantar
Essa idiotice toda
Chamada vida

 

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segunda-feira, março 7, 2011 - 19:52

Poesia :

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André Alves Braga

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