CONCURSOS:

Edite o seu Livro! A corpos editora edita todos os géneros literários. Clique aqui.
Quer editar o seu livro de Poesia?  Clique aqui.
Procuram-se modelos para as nossas capas! Clique aqui.
Procuram-se atores e atrizes! Clique aqui.

 

Hoje, matei o meu amor

Hoje, decidi matar o meu amor...
Premeditadamente, de forma perversa
e no entanto tranquilo
sem razão aparente
Hoje, dediquei-me à tarefa de arquitectar o plano perfeito
Pensei em todas as formas de eliminar vestígios
escondendo a minha passagem
destruindo o DNA que gravaste nos sentimentos
as impressões digitais da felicidade
a magia
a eternidade
Hoje, decidi assassinar o meu amor
já que o apagaste da memória
sem qualquer utilidade
Serei o homicida perfeito
Nada restará destes anos de doce escravidão e tortura
Suicídio azul profundo de mágoa e amargura
Podem acusar-me
e confessarei
Não me submetam ao polígrafo
ou a ordálios medievais
Serei julgado pelos meus pares
e aceitarei
Não invocarei atenuantes
provocação
loucura temporária
Apenas como silenciosa e apiedada testemunha
o coração que por ti dura
e vibra ainda intensamente
Descansa, não tenhas medo
não serei a tua sombra escura
Porque hoje, um dia como os outros
de forma pacífica
enquanto lá fora chove triste e suavemente
decidi cumprir a tua vontade
de te fazer cessar dentro de mim
fechando os olhos à ilusão
à ternura e à saudade
e matar sem resquícios de bondade
para sempre e eternamente o meu amor

Submited by

quinta-feira, setembro 9, 2010 - 12:03

Poesia :

No votes yet

Loner

imagem de Loner
Offline
Título: Membro
Última vez online: há 10 anos 6 semanas
Membro desde: 08/23/2010
Conteúdos:
Pontos: 606

Comentários

imagem de Henrique

Re: Hoje, matei o meu amor

Suicídio azul profundo de mágoa e amargura...

fechando os olhos à ilusão
à ternura e à saudade
e matar sem resquícios de bondade
para sempre e eternamente o meu amor...

Um poema desabafo de uma desilusão ou saudade!!!

Poema intenso!!!

:-)

imagem de Quimeras

Re: Hoje, matei o meu amor

No claustro dos sentimentos cumpriu o sujeito poético a pena de penar. A defesa verá, não um acto frio e premeditado, mas um "suicídio azul profundo de mágoa e amargura". A sentença será a absolvição, apesar da tentativa de ludibriar os sentimentos. Assim, fica o poeta condenado a pintar poemas de azul esperança, com a mesma intensidade poética que vemos lavrada neste suicídio...

Beijo
Quimeras

Add comment

Se logue para poder enviar comentários

other contents of Loner

Tópico Título Respostas Views Last Postícone de ordenação Língua
Poesia/Amor Trocar de corpos 1 802 08/24/2010 - 23:04 Português
Poesia/Amor Projectos inacabados 1 655 08/24/2010 - 22:27 Português
Poesia/Amor Enjoy the silence 2 862 08/24/2010 - 15:40 Português
Poesia/Amor A água que bebo 0 684 08/24/2010 - 14:52 Português