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Horizonte
Contemplar, sozinho, o horizonte, é uma tarefa para o homem que consegue dialogar consigo mesmo.
Contemplar o horizonte é como contemplar o fim do mundo,
Dá um aperto no peito, e uma vontade de buscar algo perdido...
Do mirante, ouvindo somente a voz sussurrante do vento, e avistando a linha última do plano circular, a subjetividade do observador assoma.
Pensamentos tornam-se audíveis... e medos tornam-se palpáveis.
Perde aquele que não consegue encontrar-se consigo mesmo.
No centro do mundo, rodeado por um plano esférico limitado, o observador perde a Visão... e mergulha num abismo interior.
No centro de si mesmo, no âmago que foge a todo entendimento, ele chora...
E suas lágrimas regam a terra do plano inferior ao mirante.
Nasce na terra uma esperança... em forma de uma vida fugaz.
E o observador contempla com a alma a beleza do fruto de seu pranto.
Do interior de si mesmo nasce uma luz, que ilumina sonhos esquecidos...
Ah, quanto ainda chora o observador!
A dor que sentira vai sendo substituída por um desejo,
E ele agarra um sonho pelas asas, e o abraça com carinho.
O observador recobra a visão, e contempla com novo olhar o horizonte.
Com aquele novo olhar ele descobre algo novo...
O fruto de seu pranto resistiu às intempéries do tempo,
E gerou por si mesmo algumas verdades...
Não existe vida sem tormento... não existe vida sem felicidade,
Não existe vida sem amor...
Existe o homem que não tem coragem de sondar a si mesmo,
Existe o homem que nem mesmo sabe que está vivo...
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Comentários
Re: Horizonte
Muito bom, gostei de ler!
:-)
Re: Horizonte
Um meditar sobre a elevação do homem por entre a linha que pode mudar uma vida.
Desafiador e desafiante!
Abraço