Ilusão

Arrancaste do meu peito a alegria,

alforra duma escravidão permitida,

paixão tão deliciosamente proibida,

versos que me faziam a vida poesia.

Sofra eu cá tua intempestuosa avaria,

sem direito ao beijo da despedida,

quando foi que te tornaste tão perdida

da estrada que o amor nos unia?...

Faça como quiseres, grande amor,

mas não esquece da misericórdia,

de acabar com aquilo que tu começou

Mata-me duma vez, alivia-me a dor,

afasta-me o cálice da tua discórdia,

quando te foste, levaste tudo o que sou.