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Inês e D. Pedro - Fonte das Lágrimas revisitada

Ninguém pode daqui lavar as mãos
O que vou revelar é digno
da melhor das tragédias gregas
Se não acreditam no peso do Fado
por favor afastem-se

Uma perdição nefasta
Apodereu-se
Sem piedade
Da minha alma
Maldição
Meu amor por Dona Inês
Maior do que a Morte
Atormenta
meus dias tornados Noite Eterna
Não são menores do que o amor
De uma mãe decapitada
Aos olhos dos próprios filhos!

Oh, triste dano
De nós cristãos
Abandonados
Pelo Pai supremo

Morreste porquê?
Em nome de que força foste assassinada?
Assassinada pelo meu próprio pai
Rei amaldiçoado
A ti te renego
Até à última das gerações!

Rainha deposta,
jazes agora no meu coração
partido para sempre
ferida aberta
sem cura

Morreste porquê?

Aquilo que aprendi
é que é preciso
resistir ao triste e pesado fado
(alma mordida mortalmente)
que fazer de nós?
Que fazem de nós,
ao longo da vida,
criaturas repelentes,
reduzidas a meras
Marionetas?

É jogo sujo
demasiado simplista

O assassínio não é solução

Na Fonte das Lágrimas
Vampiros
Rescucitados
no sec XXI
tende dó
de nós
Homens e mulheres
Desnorteados
Seres
com faces diversas
personalidades múltiplas
seres primitivos
enclausurados
no Mundo Moderno
em jaulas de betão

O assassínio não é solução
Maior do que o beijo do vampiro

Somos peões
ambivalentes
com asas de papel
somos partes
de um todo
se por acaso
não gostarmos
da nossa natureza
de mortais,
de nada interessa
a nossa vontade

É problema Vosso
que nos condenastes
Sem apelo nem agrave

Lavardes as mãos,
Novos deuses
do estádio
da loucura,
do nosso Fado
é o fim da humanidade
O Apocalipse
que desce à Terra
Cruéis seres
mais demoníacos
que Deuses!

Se os homens perdem a fé
não se admirem

somos todos personagem
única desempenhando
no fundo o mesmo papel
será a morte
mesmo a nossa salvação?

Interrogo-me
Sem cessa
Desde que te tiraram
Cruelmente de mim

Inês porquê o teu assassínio?
Porquê?

Não é exemplo p´ra ninguém

Mortífero monarca
Eu te abomino
Pai e rei
Sem coração
Carrasco
Que mataste minha Inês

Oh
Inês

Eu te amarei
Continuarei a amar-te

p´ra
S
E
M
P
R
E

VAMPIRO DA ETERNIDADE

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sexta-feira, fevereiro 19, 2010 - 20:48

Poesia :

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alvarofontes

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