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Incoerências

Fui feliz, quanto baste!
Este é um pensamento que tento explorar até à exaustão.
Vagueio pelos anos passados, tentando acreditar que valeram a pena...
Nasci, cresci, fiz o que os demais fizeram.
Nunca me senti diferente da maioria.
Relembro cedências que me curvaram:
Troquei um filho por um cão.
Encostei anos ao peso das imposições.
Naveguei tempo demais nas águas turvas da incoerência.

Recordo esses anos com suspeição.
Nada encontro que valha a memória do tempo.
Os filhos, claro! Mesmo sendo eles objectos de disputa.
Conheci a musa de meus sonhos!
Só isso valeu a cruz que hoje carrego.
Sinto que foi ontem o primeiro dia dessa ventura,
porque o facto impede ainda a progressão do tempo.
Recebi o sorriso dos lábios dessa mulher
como me tivesse esperado toda a vida!
No entanto, hoje, sinto que deixei escapar
todos os segundos que me projectaram no presente...

E sofro...
Pelas incoerências...
Pelas imposições que aceitei...
Pelos dias que deixei escapar ...
Pelos anos que ainda tenho à frente...
Pelo descanso que não tenho...
Pela solidão...

Vivo preso ao passado!
Esse é o laço que me liga à vida,
pela qual ainda luto.

Mais incoerências...
 

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quinta-feira, março 10, 2011 - 19:17

Poesia :

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AFreitas

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Comentários

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O seu poema está muito

O seu poema está muito bonito.

Gostei muito.

 

até mais,

ana fm

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obrigado pelo apoio e pela

obrigado pelo apoio e pela visita.

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