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INDIFERENÇA, NÃO!
Peço perdão a quem fôr contra o uso do palavrão, mas eu atingi um tal estado de revolta
contra o que vejo à minha volta que recorri a ele, contrariando a minha forma de expressar-
-me. Há dias assim, em que a mente não domina o sentimento.
INDIFERENÇA NÃO!
Comovermo-nos não basta,
nesta sociedade gasta
e complicada, meu Deus!...
Coisas de bradar aos céus!
Milagres? Quem os espera
nesta vil atmosfera
de injustiças, de gatunos,
de vilões e de importunos,
que em vez de promoverem Paz
causam a guerra. O que faz
pedir milagres, Senhor,
em preces ditas de cor?
Somos nós, apenas nós,
e CERTAMENTE NÓS SÓS,
quem deverá “milagrar”,
mudar o mundo, lutar
por tudo o que mais convém
para irmos muito além
duma esmolinha qualquer
dada ao pobre, que o que quer,
da gente de todo o mundo,
é o fim de tanto imundo
que anda para aí, enfunado,
vaidoso e de merda inchado,
com olhos que tudo vêm,
mas que fecham, porque têm
mais brio na ostentação,
do que amor no coração.
Como é difícil viver
indiferente, a sofrer
por tanta, tanta miséria
cuja causa é coisa séria.
Envolve montes de droga
e muitos crimes em voga.
Amigos, se não nos mexemos,
vejo esta vida que temos,
onde vivo, contrafeita,
virar loucura perfeita.
Maria Letra
03-03-2013
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