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Julgamento Sem Réu

Boa noite!

Sejam
bem vindos,
ao espectáculo repugnante,
que tenciono encabeçar
de forma fulgurante.

Não quero, de maneira alguma,
ferir Vossa delicada susceptibilidade;
tentarei suprimir meus instintos,
fazendo uso de alguma falsidade.

Tenho plena consciência
que tal, não Vos vai chocar,
no que toca a enganar o próximo
Sois profundo poço de competência.

Sem mais demoras,
irei avançar para o assunto,
chega de calorosos cumprimentos,
passemos à reflexão dos conhecimentos.

Nesta vasta sala,
composta por montes e rios,
vejo um deserto de nada,
a que meus filhos irei entregar.

Antes de Vossas desculpas ouvir,
ponho já a cabeça debaixo da guilhotina,
culpa, todos temos no cartório,
pertencemos todos a esta imensa neblina,

que serra sonhos e esperanças,
antes mesmo de seus donos
a este triste mundo terem vindo,
entregando o futuro ao abandono.

Dirijo-me essencialmente,
Àqueles que colheram Portugal,
preferindo cobrir-se de ouro e vaidades,
em vez de semear nesta terra virginal.

Sei que falando para o passado,
não mudarei o presente,
mas espero captar Vossa atenção,
pois juntos acabaremos (espero) com este ambiente,

composto por medos e receios,
a que nem o mais cego é alheio,
nosso destino está longe de traçado,
ainda temos muito a temer ou sorrir.

Espero que este julgamento,
aos fantasmas da nossa História,
não sirvam para assombrar nossas vidas,
mas sim, para voltar ao tempo triunfal.

Perdoem-me e eu Perdoo!

Mortos e Vivos,
Juntos,
Voltemos a semear Portugal.


Submited by

segunda-feira, abril 12, 2010 - 22:20

Poesia :

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SerSimplesmente

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Comentários

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Re: Julgamento Sem Réu

Palminhas!!!
Sim Senhor!!
Gostei muito e muito acredito também na minha geração,na tua
e nas vindouras.
Normalmente, quando as coisas correm mal e não
há réus no julgamento, significa que não há tribunal
suficientemente grande onde caibamos todos nós.
Pois todos somos culpados na ausencia de um réu.
E de certa forma mesmo na existencia de um.

"Perdoem-me e eu Perdoo" ou, Eu Perdoo e Perdoem-me, ou ainda, Eu Perdoo e vocês façam o que quiserem.

*Desculpa-me estar a "exercitar" com o teu poema.
Eu gosto de poemas, textos,o que seja, que me ponham a pensar. E os teus textos fazem-me isso.

Muito Bom!!Gostei Muito!
Continua a escrevinhar David.

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Re: Julgamento Sem Réu

Obrigado. Tenho medo que a esperança um dia venha a ser mito e tenho deste tipo de "gritos".
Não precisas de pedir desculpa, as palavras existem são para ser trabalhadas e moldadas em sua ordem.

Obrigado mais uma vez:) abraço

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